Jordanas
de busca de solução promovidas pela ONU abertas em Bissau
Bissau, 27 Abr 16 (ANG) – O Presidente da Assembleia
Nacional Popular disse hoje que é preciso encontrar, o mais depressa possível, uma
solução para que os guineenses possam viver numa estabilidade douradura.
Cipriano Cassamá que falava na cerimónia de abertura da
jornada de reflexão que decorre sob “lema: Nô Mistida i Estabilidade”, sobre a estabilidade
no país felicitou o representante da ONU pela iniciativa e promete dar a sua
contribuição para encontrar uma saída para a crise.
Na ocasião, o Representante do Secretário-geral das
Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada revelou que ao longo dos 20 meses que está no país, a questão
da instabilidade estava no centro de
atenção dos seus interlocutores tanto nacional como internacional.
Acrescentou que nos encontros mantidos, a exortação para a
salvaguarda da paz e estabilidade como condições incontornáveis para o desenvolvimento
da Guiné-Bissau têm sido constante.
Miguel Trovoada informou
que, com o aparecimento dos primeiros sinais precursores de alguma crispação político
institucional várias entidades se pronunciaram sobre a necessidade de
elaboração de um pacto de estabilidade ou de regime para a criação de uma
plataforma de entendimento susceptível de propiciar um quadro de relacionamento
político entre as instituições, assente nos pilares do Estado de Direito e no
respeito da Constituição e demais leis da Republica.
Apesar das diferenças no entendimento sobre o conteúdo do
pacto que cada uma das partes preconiza em certos casos é possível identificar
convergência que podem constituir ponto de consenso alargado.
Miguel Trovoada avisou que sem a estabilidade a vida decorre
num ambiente de imprevisibilidade e de incertezas permanentes, incapaz de
transmitir a confiança a população em geral e os agentes do desenvolvimento.
“Neste contexto o carácter aleatório dos empreendimentos reduz
a iniciativa, receia a criatividade e paralisa o país, por isso a estabilidade
é uma exigência fundamental para sobrevivência dos cidadãos”, referiu.
Segundo o chefe do programa de investigação, do Conselho
para Desenvolvimento em Ciências Sócias em África, Carlos Cardoso, a crise política
que o país está a viver nesta altura, é caracterizada pelo défice de diálogo no
seio da classe político, ausência de confiança das populações nas instituições
do Estado e na classe política, pela tentativa de instrumentalização do sistema
judicial para fins políticos, e falta transparência na gestão da coisa pública.
Cardoso considera
que chegou o momento de se reflectir sobre os constrangimentos para o desenvolvimento
do país, indicando o pacto de estabilidade como caminho para alcançar a tranquilidade
governativa e social.
De salientar que nesta jornada participaram representes
de todos partidos políticos, da sociedade cível, do Poder Tradicional e confissões
Religiosa.
Durante dois dias os participantes vão debater os
Mecanismos de Concertação Operacionalização da Independência dos Poderes na
Constituição, de Geradores de Confiança e Esforços de Reconciliação
Nacional/Dialogo e de Seguimento e Apropriação Nacional.
ANG /LPG/SG
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