Governo
suspende emissões da RTP e RDP-África no
país
Bissau, 30 Jun 17
(ANG) – O Governo da Guiné-Bissau anunciou o encerramento, a partir de zero
hora de hoje, das emissões da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), Rádio Difusão
Portuguesa para África (RDP-África) e os serviços da Agência Lusa por caducidade
do acordo de cooperação entre os dois
países assinado desde 1997.
Ministro da Comunicação Social |
Em conferência de
imprensa, o ministro da Comunicação Social justificou a decisão afirmando ter
sido esgotado todas as tentativas para nao se chegar a esta ponto.
“Em 13 de Outubro,
solicitei através de uma carta ao ministro da Cultura portuguesa, entidade que
tutela o sector um encontro para, em conjunto, podemos analisar os problemas
existentes a fim de encontrarmos medidas necessárias, ao mesmo tempo a carta
alertava para eminente caducidade do acordo a 31 de Outubro do ano 2016 e não
tivemos devida respostas até hoje”,disse Victor Pereira.
Acrescentou que no
dia 20 de Outubro do ano passado foi endereçada uma outra carta por via
diplomática à Portugal chamando atenção para a necessidade de assinatura de um
segundo acordo de cooperação no domínio da comunicação social, visto que o
primeiro tinha esgotado todas as suas virtualidades.
O ministro da
Comunicação Social sustentou que devido aos progressos registados no domínio
das novas tecnologias da informação e da comunicação e a emergência de novas
realidades nos dois países havia necessidade de rever o acordo.
“Houve promessa da
deslocação de uma delegação da RTP à Bissau para iniciarmos o processo negocial
e apesar desta falta de resposta no dia 30 de Março do ano em curso,
apresentamos a parte portuguesa uma proposta de um segundo acordo contendo os
vectores essenciais para colmatar as lacunas e insuficiencias do primeiro
acordo.Sem resposta”, disse.
Victor Pereira frisou
que o insistente silêncio da parte portuguesa para o governo guineense traduz uma
manifesta falta de vontade da parte das autoridades lusa.
“No dia 01 de Junho
de 2017 foi enviada uma nova missiva com carácter de urgência ao ministro da Cultura
portuguesa onde elencam os motivos da proposta da suspensão e da data limite
que é 30 de Junho mais uma vez sem resposta satisfatória”, esclareceu.
O governante
guineense referiu que fizeram todos os esforços possíveis para sanear a
situação, dentro do espírito de amizade e cooperação sempre existentes entre os
dois países, mas todos esses esforços
tiveram como resposta uma preocupante e injustificável silêncio da parte
portuguesa.
“Os problemas tiveram
início a 14 anos ou seja em Janeiro de 2013 numa reunião de três dias que
culminou com a assinatura de um Memorando de Entendimento que espelhava as
preocupações das autoridades nacionais”, disse.
Declarou que desde a esta
data nunca mais a parte portuguesa se dignou abordar, de forma séria e rigorosa,
o assunto.
Questionado para
quando a retoma das emissões destes órgãos suspensos Victor Pereira disse que
até quando as autoridades portuguesas entenderem que é útil sentarem com os
seus homólogos guineenses.
ANG/MSC/ÂC/JAM/SG