“A
discriminação continua a ser um obstáculo ao combate à Sida”, diz Califa
Cassamá
Bissau,29 Jun 17 (ANG) - O Secretário
Executivo do Secretariado Nacional de Luta Contra Sida disse que a
discriminação continua a ser um obstáculo de grande envergadura que a
sociedade guineense enfrenta no combate a propagação do Vírus VIH/ Sida no país.
Califa Soares Cassamá que falava hoje
no acto de abertura de uma formação sobre a prevenção, tratamento e controlo do VIH/Sida,
destinado aos advogados e magistrados, afirmou que o grau da estigmatização é
muito elevado na sociedade guineense.
Disse que o evento visa não só
apetrechar aos participantes com ferramentas legais mas também sensibilizá-los para a aplicação
das leis, “porque caberá aos magistrados a punição repressiva a qualquer
desrespeito ou violação dos direitos fundamentais dessas pessoas.
Califa Cassamá disse haver inúmeros casos de discriminação verificados em
serviços públicos, que adoptaram disposições e rotinas de funcionamento que, além de serem ilegais,
contribuem para vedar às pessoas que vivem com SIDA o direito ao trabalho e ao acesso à bolsas de estudo.
Por isso, pede mão firme dos
magistrados sobre qualquer acto de violação, como forma de permitir as pessoas
com vírus da SIDA tererm uma
oportunidade de convívio digno na sociedade sem qualquer tipo de limitação.
O Secretário executivo do SNLCS indicou
a falta de conhecimento sobre a doença e o modo de transmissão do VIH, os
preconceitos e receios relacionados com certas questões sociais, entre os quais
a sexualidade, como um dos principais factores de violação dos direitos humanos
das pessoas com o VIH.
Por isso, enalteceu a importância do evento
sustentando que vai permitir os advogados e magistrados a aplicação da lei, ,
adoptada em 2007 pelo Estado da Guiné-Bissau, e que proíbe a estigmatização e discriminação de pessoas viventes com Sida.
O Presidente da Rede Nacional das
Associações das Pessoas vivente e não viventes com VIH/SIDA, Pedro Mandica
afirmou que a discriminação é responsável pela maioria das mortes das pessoas viventes com doença.
Disse esperar dos participantes um
apoio em termos de contribuições e de definições de estratégias e reedição da
lei, bem como na sua aplicabilidade para protecção contra estigmatização e
discriminação.
Nesta formação os participantes vão
debater, entre outros, a situação epidemiológico, casos vivenciados nas
associações e linhas mestras de orientação.
ANG/LPG/ÂC/SG
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