“Seria triste que o Comandante Manecas fosse detido”, diz líder do PAIGC
Bissau,14 Jun 17(ANG) - O líder do PAIGC, Domingos
Simões Pereira, disse que seria triste que o Comandante Manecas dos Santos,
ex-guerrilheiro e actual dirigente do PAIGC, fosse detido pela Procuradoria na
sequência das suas afirmações de que o país poderia vir a ter um golpe de
Estado dado o impasse político.
Manuel dos Santos Manecas |
Manuel dos Santos,
comandante histórico do PAIGC, mais conhecido como "Manecas" dos
Santos afirmara numa entrevista ao jornal português "Diário de
Notícias" a 27 de Abril que a Guiné-Bissau estaria na iminência de um
golpe de Estado.
A polícia teria envidado diligências na sexta-feira
passada para o deter pelo sucedido.
"Manecas" dos Santos estava, porém,
hospitalizado desde a véspera pelo que a detenção não fora levada por diante, e
isto de acordo com declarações de Carlos Pinto Pereira, o respectivo advogado,
ao órgão de comunicação social português .
Assim que a entrevista fora publicada, o comandante
em causa fora convocado pelo Ministério Público. O caso fora arquivado
numa primeira fase e posteriormente reaberto.
Voltaria a ser convocado no passado dia 2, tendo
porém o visado apresentado atestado médico.
Um mandado de detenção
fora posteriormente emitido no passado dia 5, ordem que a polícia procurara
cumprir no passado dia 9 na sua residência.
Do crime de "incitamento ao golpe"
entretanto arquivado a justiça guineense investigá-lo-ia agora por
"simulação de crime", arriscando-se a ter que cumprir dois anos de
cadeia.
O seu advogado alega que dos Santos está disponível
para todos os esclarecimentos.
Este está também a coordenar a convenção do PAIGC,
partido mais votado nas últimas eleições legislativas. Em causa está a
orientação dessa força política, dilacerada pela dissidência de 15 deputados.
O movimento de Domingos Simões Pereira visaria o
próximo escrutínio guineense, agendado para o próximo ano. O actual líder do PAIGC alega não ter ficado
surpreendido com a iminência da prisão de "Manecas" dos Santos.
Por isto corresponder totalmente ao "padrão
comportamental do regime que o presidente José Mário Vaz quer
implementar". "Um regime de ameaças, de perseguição, de
pôr em causa as liberdades fundamentais dos cidadãos".
O antigo primeiro-ministro alega que o chefe de
Estado num comício popular pormenorizara um suposto golpe de Estado em
preparação.
O também ex-secretário executivo da CPLP
acrescentou que também o secretário-geral do PRS, primeiro partido da oposição,
teria feito acusações sobre uma possível golpe de Estado.
Ora quando um combatente da liberdade da pátria
alega que neste momento se voltaram a criar "condições propícias para
um golpe de Estado esse "sim é ameaçado, é perseguido e acaba vendo
a sua liberdade posta em causa, precisamente por ter feito essas análises."
ANG/RFI
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