Papa apela para combate à corrupção
Bissau, 16
Jun 17 (ANG) - O papa apelou para o combate ao “cancro” da corrupção, que é “a
pior praga social” e a origem de crimes graves, no prefácio do livro
“Corrosão”, divulgou hoje o jornal Corriere dela Sera.
De acordo com o
jornal italiano, o livro estará a partir de hoje disponível para a venda ao
público e tem como um dos seus autores o cardeal Peter Tuckson.
“A corrupção é a
pior praga social, pois cria problemas muito graves e crimes que implicam a
todos”, sublinhou Francisco no livro escrito pelo cardeal, prefeito do
Dicastério (ministério) do Desenvolvimento Humano Integral, juntamente com o
filósofo e membro desta instituição do Vaticano, Vittorio Alberti.
O papa afirmou que
os cristãos e não cristãos devem ser “como flocos de neve, formando uma
avalancha, um movimento forte e construtivo. Este é o novo humanismo. Este
renascimento, esta recriação contra a corrupção” que se pode realizar com
audácia profética”.
“Trabalhando todos
juntos, os cristãos e os não cristãos, pessoas de todas as religiões e não
crentes, para combater esta forma de blasfémia, esse tipo de cancro que destrói
as nossas vidas”, acrescentou o papa.
Francisco advertiu
sobre a necessidade “urgente” de que se tome consciência do problema e, para
isso, “é necessário educação, cultura misericordiosa, cooperação por parte de
todos, segundo as próprias possibilidades, talentos e criatividade”.
No prefácio deste
livro, que aborda a questão de “como combater a corrupção na Igreja e na
sociedade”, o papa diz acreditar que este flagelo é “a fonte da exploração do
homem, a degradação e a falta de desenvolvimento, a fonte de tráfico de armas,
a injustiça social e a morte do mérito”.
Culpa a corrupção
de ser “a raiz da escravidão, do desemprego, da negligência das cidades, dos
bens comuns e da natureza”.
Francisco diz que
a corrupção é “a linguagem das máfias e das organizações criminosas no mundo” e
que o corrupto “esquece-se de pedir perdão, porque está saciado e cheio de si
mesmo.”
O papa também
abordou o problema dentro da Igreja, citando o cardeal francês e teólogo Henri
de Lubac, dizendo que “o maior perigo é o mundanismo espiritual, que é a corrupção,
que é mais desastrosa do que a infame lepra”.
“A nossa corrupção
é o mundanismo espiritual, a fraqueza, a hipocrisia, o triunfalismo, fazendo
prevalecer apenas o espírito do mundo sobre as nossas vidas e a indiferença”,
disse Francisco.
ANG/Lusa
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