sexta-feira, 16 de junho de 2017

Vaticano


Papa apela para combate à corrupção  

 Bissau, 16 Jun 17 (ANG) - O papa apelou para o combate ao “cancro” da corrupção, que é “a pior praga social” e a origem de crimes graves, no prefácio do livro “Corrosão”, divulgou hoje o jornal Corriere dela Sera.

De acordo com o jornal italiano, o livro estará a partir de hoje disponível para a venda ao público e tem como um dos seus autores o cardeal Peter Tuckson.

“A corrupção é a pior praga social, pois cria problemas muito graves e crimes que implicam a todos”, sublinhou Francisco no livro escrito pelo cardeal, prefeito do Dicastério (ministério) do Desenvolvimento Humano Integral, juntamente com o filósofo e membro desta instituição do Vaticano, Vittorio Alberti.

O papa afirmou que os cristãos e não cristãos devem ser “como flocos de neve, formando uma avalancha, um movimento forte e construtivo. Este é o novo humanismo. Este renascimento, esta recriação contra a corrupção” que se pode realizar com audácia profética”.

“Trabalhando todos juntos, os cristãos e os não cristãos, pessoas de todas as religiões e não crentes, para combater esta forma de blasfémia, esse tipo de cancro que destrói as nossas vidas”, acrescentou o papa.

Francisco advertiu sobre a necessidade “urgente” de que se tome consciência do problema e, para isso, “é necessário educação, cultura misericordiosa, cooperação por parte de todos, segundo as próprias possibilidades, talentos e criatividade”.

No prefácio deste livro, que aborda a questão de “como combater a corrupção na Igreja e na sociedade”, o papa diz acreditar que este flagelo é “a fonte da exploração do homem, a degradação e a falta de desenvolvimento, a fonte de tráfico de armas, a injustiça social e a morte do mérito”.

Culpa a corrupção de ser “a raiz da escravidão, do desemprego, da negligência das cidades, dos bens comuns e da natureza”.

Francisco diz que a corrupção é “a linguagem das máfias e das organizações criminosas no mundo” e que o corrupto “esquece-se de pedir perdão, porque está saciado e cheio de si mesmo.”

O papa também abordou o problema dentro da Igreja, citando o cardeal francês e teólogo Henri de Lubac, dizendo que “o maior perigo é o mundanismo espiritual, que é a corrupção, que é mais desastrosa do que a infame lepra”.

“A nossa corrupção é o mundanismo espiritual, a fraqueza, a hipocrisia, o triunfalismo, fazendo prevalecer apenas o espírito do mundo sobre as nossas vidas e a indiferença”, disse Francisco.  

ANG/Lusa


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