quinta-feira, 15 de junho de 2017

Pescas



                           Guiné-Bissau e União europeia ainda sem acordo

Bissau,15 Jun 17(ANG) - A Guiné-Bissau e a União Europeia não chegaram a acordo sobre o acordo de pesca na terceira ronda de negociações, anunciou quarta-feira o ministro das Pescas guineense, Orlando Viegas.

"A grande questão do impasse reside na proposta guineense e no montante da compensação financeira que a União Europeia deve pagar à Guiné, como contrapartida dos direitos de acesso aos recursos pesqueiros", afirmou, em conferência de imprensa, o ministro guineense.

Orlando Viegas explicou que a "parte europeia estima que a proposta guineense sob o novo modelo de gestão por quotas é prematura e solicitou uma moratória de dois anos para se adaptar ao modelo proposto pela parte guineense".

Segundo Orlando Viegas, a Guiné-Bissau, por uma "questão de equidade" está a pedir que lhe seja atribuída o mesmo tratamento em termos de benefícios dados a outros países da África Ocidental.

"Um tratamento não discriminatório", sublinhou o ministro.
Orlando Viegas disse também que a quarta ronda de negociações vai decorrer entre 26 e 28 de junho, em Bruxelas.

"A proposta guineense está em cima da mesa, compete à União Europeia decidir sobre essa proposta. Não chegando a acordo sobre o que se está a discutir é evidente que não haverá acordo", afirmou o ministro, questionado pelos jornalistas.

O acordo de parceria no setor da pesca entre a União Europeia e a Guiné-Bissau foi concluído em junho de 2007, prevendo a sua renovação por períodos de quatro anos.

O acordo permite que navios de Espanha, Portugal, Itália, Grécia e França pesquem nas águas guineenses e inclui a pesca de atum, cefalópodes (polvos, lulas, chocos), camarão e espécies demersais (linguados e garoupas).

Com o golpe militar de 12 de abril de 2012, a União Europeia suspendeu o acordo, voltando a aplicá-lo em 2014, com a restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau, mas só até novembro de 2017.

A primeira ronda negocial foi realizada em Bruxelas entre 06 e 08 de março, a segunda ronda de negociações decorreu em Bissau entre os dias 08 e 11 de maio e a terceira em Lisboa a 01 e 02 de junho.
ANG/Lusa

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