Presidente da República admite convocar eleições se
a crise persistir
Bissau,27 Jun 17 (ANG) – O Presidente da República, José Mário Vaz, afirmou que
os próximos 90 dias serão decisivos para a resolução da crise política no país
tendo prometido devolver o poder ao povo se persistir o impasse.

"Se não conseguirmos chegar a uma solução
entre nós, eu, como Presidente da República, devolvo o poder ao seu dono e o
dono do poder é o povo. Devolvo o poder ao povo da Guiné-Bissau para escolher
quem devem escolher", disse.
Afirmou que estão no poder porque o povo os
escolheu e se há problemas têm de devolver o poder ao povo para que decida
sobre ele, acrescentando “não podemos continuar com a situação que temos na
nossa terra”.
O Presidente da República esclareceu também que há
dinheiro para convocar eleições antecipadas. "Há já uma coisa que vos
quero garantir. O facto de não irmos à eleições por não haver dinheiro tem de
acabar na Guiné-Bissau. A Guiné-Bissau é um país soberano", disse.
José Mário Vaz assumiu que tem dinheiro para financiar eleições, salientando
que se os guineenses quiserem hoje eleições que chama a Comissão Nacional de
Eleições, "porque há dinheiro para ir as eleições".
José Mário Vaz vestido de traje muçulmano e ladeado do primeiro-ministro Umaro
Sissoco Embalo, do ministro do Estado e do Interior Botche Candé, do titular da
pasta da Função Pública Tumane Baldé e do Secretário de Estado do Ordem Pública,
Francisco Ndur Djata, salientou a necessidade de haver união devido aos
desafios que o país vai enfrentar nos próximos 90 dias, inclusivê com a saída da força de interposição
da CEDEAO, a Ecomib, do país em Outubro.
"Cada um de nós deve dar o seu melhor para conseguir defender os desafios
que temos pela frente nos próximos 90 dias. Temos o desafio de mostrar que os
guineenses são capazes de fazer. Não podemos ser como crianças, quando choramos
dão-nos leite e quando choramos dão-nos papa. Somos um Estado soberano e temos
de assumir as nossas responsabilidades", salientou o chefe de Estado.
O chefe de Estado pediu entendimento e que
seja encontrada uma solução para o Governo. "Peço entendimento entre os
partidos, sobretudo PAIGC, PRS e Grupo dos 15. Se não há entendimento entre
eles é impossível o programa do Governo e o Orçamento Geral de Estado serem
aprovados", disse, pedindo o envolvimento de todos.
José Mário Vaz garantiu também estar determinado a ajudar o país e o povo, mas
que o único caminho para a Guiné-Bissau ser respeitada e ganhar a sua soberania
é com trabalho, pedindo às pessoas para se empenharem mais nos setores
agrícolas e pesca.
Em nome dos fiéis
muçulmanos Alanso Fati pediu a Deus para que reforce o poder ao José
Mário Vaz para melhor conduzir o processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Aquele líder
religioso elogiou o empenho do chefe de Estado na subida inédita do preço da
castanha de caju que atingiu mil francos CFA por quilo na presente campanha.
“Em 2008 a
castanha foi comprada até 50 francos CFA por quilo. Este ano, com ajuda de Deus, tudo foi
contrário”, referiu.
ANG/ÂC/SG
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