Ministério organiza atelier sobre medidas de neutralidade
da degradação das terras
Bissau, 16 Jun 17
(ANG) – O Ministério da Agricultura, Floresta e Pecuária organizou esta
sexta-feira um ateliê sobre a adopção da linha de base e das metas do programa
de Neutralidade na Degradação das terras (NDT) na Guiné-Bissau.
Ao presidir a
cerimónia de abertura do evento, o director-geral interino das Florestas e Fauna,
Mamadú Mané Camará, em representação do ministro de tutela, disse que o ateliê
tem como objectivo ajudar o governo a identificar as zonas prioritárias, onde
se registam maior desflorestação e degradação de terras , para eventuais medidas que o país deve adoptar até 2030.
Prosseguiu que o
problema de combate a desertificação e a protecção do planeta constitui
preocupação de todos.
Segundo o consultor
Carlos Rui Ribeiro dados relativos ao
periodo 2000 à 2010 mostram que o país não sofreu grandes
degradações.”Houve uma conversão de floresta para savana ou para zona de
cultivo de 600 mil hectares de caju”, disse.
“ A plantação de
cajueiro tem menos capacidade em termos de produtividade de solo do que a
floresta natural, “acrescentou Ribeiro.
Ribeiro contou que o
país teve crescimento nas plantações de caju graças ao esforço da população, em
função do mercado, e não da política
governativa.
Carlos Ribeiro disse,
citando o recenseamento dos anos 50, que 50 por cento da terra era dedicada ao cultivo de arroz. “Hoje cerca
de 1 milhão e 200 mil hectares são de plantações de caju”.
Advertiu que há
sinais de pragas nas plantações de caju,o que pode ser muito grave para a região de Biombo e
o sector autónomo de Bissau, zonas mais vulneráveis.
Referiu que nos anos 50 o cultivo de arroz na região de biombo e sector autónomo ocupava
54 por cento de superfície, e que actualmente o
caju tomou 25 mil hectares num total 80 mil hectares de terras
disponíveis.
“Antigamente cada
família procurava 2 a 3 hectares de terra para cultivo actualmente procuram-se
7 à 8 por causa de caju”, sustentou.
Carlos Ribeiro
explicou que o objectivo de 2030 da neutralidade das terras, significa que
quando uma parte se encontra em desgaste em 20 hectares o país deve recuperar
noutra zona a mesma extensão.
ANG/JD/SG
Sem comentários:
Enviar um comentário