Pedida mais ajuda para Estados africanos
Bissau, 14 Jun 17 (ANG) - O subsecretário-geral da
ONU para as Operações de Manutenção da Paz, Jean-Pierre Lacroix, elogiou terça-feira
em Kinshasa o papel “fundamental” dos países africanos na resolução de
conflitos, numa entrevista à ONU News na qual esclareceu que apesar de os
países do Continente serem “os maiores contribuintes de tropas” precisam de
apoio financeiro e técnico.
Lacroix
está em território congolês para constatar o funcionamento da Missão das
Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco) e explicou que
os países africanos têm um papel importantíssimo nos nossos esforços nas áreas
política e económica: “Nós temos as operações mais importantes em tamanho no
continente africano. Precisamos de ajuda e da cooperação com os países do
continente para fazer avançar os processos de paz e também para contribuir
neles. Mas para isso, os países africanos precisam de mais ajuda financeira e
também de ajuda técnica.”
Sobre as prioridades das operações de manutenção de paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix informou que incluem esforços para fazer avançar processos políticos, para o foco das missões para as necessidades no terreno e para a sua modernização para que sejam “mais eficazes e reactivas”.
O responsável da Organização das Nações Unidas disse ser importante cooperar com parceiros como a União Africana (UA) e progredir na colaboração ente as partes. E pediu que os intervenientes na estabilização na República Democrática do Congo trabalhem “em colaboração e de boa-fé” para permitir que as tarefas da transição sejam implementadas “de forma rápida e total”.
A agenda de trabalho de Jean-Pierre Lacroix na RDC prevê visitas às cidades de Kinshasa, Kananga, Goma e Beni e manter encontros com autoridades congolesas, forças políticas e sociedade civil.
África representa cerca de 58 por cento das forças de manutenção de paz globais e acolhe nove das 16 missões da organização. Com mais de 18,3 mil homens, a Monusco é a maior operação de paz do mundo.
Responsáveis da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentação (PAM) estão a realizar viagens ao continente destinadas a complementar o reforço de assistência a países africanos no combate à fome.
Em declarações à ONU News, o director-geral da FAO, Graziano da Silva, disse que as viagens ao Sudão do Sul e ao Quénia com o chefe do PAM, David Beasley, beneficiam ambas as agências: “Nós sabemos que não basta dar o peixe, tem de se ensinar a pescar. A FAO e o PAM estão a dar o peixe e a ensinar a pescar. O PAM aparece com a ajuda alimentar, às vezes em espécie, às vezes com dinheiro que tem sido vital para acudir as populações nas regiões mais difíceis. Mas nós vamos com o PAM para restabelecer as condições de vida da população.”
Uma das grandes preocupações do Fundo da ONU para Agricultura e Alimentação e do Programa Alimentar Mundial prende-se com as áreas isoladas ou que estão sob controlo de grupos rebeldes, disse Graziano da Silva, para acrescentar que as agências humanitárias das Nações Unidas continuam a precisar de recursos urgentes e que com o início da estação de chuvas, a situação pode piorar no próximo ano.
ANG/JA
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