Revendedoras queixam-se de falta de
peixe
Bissau,14
Jun 17 (ANG) - As mulheres da associação de revendedoras de peixe da
Guiné-Bissau queixaram-se terça-feira no Ministério das Pescas de falta do
produto no mercado guineense e de serem impedidas de o comprar no vizinho
Senegal.
Segundo
Mariama Djaló e Antónia Djaló, que representaram a associação no Ministério das
Pescas, o mercado regista falta de peixe nos últimos três meses sem que haja
uma explicação sobre o que se passa.
Antónia
Djaló, revendedora de peixe desde 1992, afirmou compreender as dificuldades do
Governo, mas observou que apenas com a criação de uma frota nacional poderá ser
ultrapassada a falta de peixe no mercado.
As
revendedoras - mulheres que compram o peixe aos armadores privados e estatal
para venda nos mercados - dizem que o mercado guineense necessita mensalmente
de entre 75 e 100 toneladas de peixe para "cobrir" os 12 mercados da
associação.
Como
aquela quantidade raras vezes é atingida, as revendedoras deslocam-se a
Ziguinchor, região do sul do Senegal, que faz fronteira com o norte da
Guiné-Bissau, para se abastecerem de peixe para o mercado guineense.
"Agora
ouvimos que o Governo proibiu a entrada do peixe do Senegal para o nosso país.
Não compreendemos essa medida", observou Mariama Djaló, que espera uma
explicação do Ministério das Pescas.
As
duas mulheres lembraram ao Governo que é através do negócio do peixe que
"muitas mulheres" conseguem pagar a alimentação familiar e os estudos
dos filhos "em Portugal, na Rússia ou no Brasil".
"Graças
à venda do peixe, muitas mulheres têm agora filhos formados", salientou
Antónia Djaló.
O
representante do Ministério das Pescas no encontro com as mulheres revendedoras
de peixe prometeu transmitir as preocupações ao ministro das Pescas, Orlando
Viegas.
ANG/Lusa
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