Políticos guineenses com diferentes reações a eventuais
legislativas antecipadas
Bissau,28 Jun
17(ANG) - A possibilidade de convocação de eleições legislativas antecipadas
admitida, na segunda-feira, pelo Presidente guineense, mereceu terça-feira a
reação de diferentes líderes políticos, com uns a manifestarem apoio e outros a
afirmarem ser uma "manobra" de José Mário Vaz.
Num encontro, na
segunda-feira, com líderes da comunidade muçulmana, o Presidente guineense
anunciou que poderá ter de convocar eleições legislativas antecipadas caso não
houver um entendimento entre os atores políticos dentro nos próximos 90 dias.
Em declarações
hoje transmitidas pela rádio privada Bombolom FM, Tomé Vaz, secretário-geral do
partido Resistência da Guiné-Bissau (RGB), considerou que caso persista o
impasse político no país o Presidente "será obrigado a convocar eleições
antecipadas".
Idrissa Djaló,
líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), afirmou que o Presidente
"apenas quer ganhar mais tempo" para não aplicar o Acordo de Conacri
e só marcar eleições "justamente no período regular previsto na lei",
isto é em meados do próximo ano, disse.
"É mais uma
manobra dilatória do Presidente para não respeitar o Acordo de Conacri",
defendeu Idrissa Djaló, referindo-se a um acordo patrocinado pela Comunidade
Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) para acabar com o impasse
político na Guiné-Bissau.
Paulo Semedo, presidente
do Movimento Patriótico (MD), disse, por seu lado, que não entende porque é que
o chefe de Estado "mesmo sabendo que dificilmente haverá consenso"
entre os atores políticos sobre a governação do país "insiste em só tomar
uma decisão" daqui a três meses sobre a convocação de eleições.
"Há muito que
andamos a dizer, perante as circunstâncias, que o Presidente só tem que
convocar novas eleições e devolver a palavra ao povo", enfatizou Paulo
Semedo.
O líder do
Movimento Democrático da Guiné (MDG), Silvestre Alves, afirmou que "com a
situação atual" não são as eleições que vão resolver o problema do impasse
político.
Silvestre Alves
entende que o país devia promover reformas da lei eleitoral e da própria
Constituição.
Os partidos RGB,
PUN, MD e MDG, não têm representação no Parlamento.
ANG/Lusa
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