Nuno
na Bian acusa Presidente da República de não ter solução para crise que criou
Bissau,28 Jun 17(ANG) – O líder da Aliança do
Povo Unido, Partido Democrático da
Guiné-Bissau(APU-PDGB), acusou hoje o Presidente da República de estar sem
solução para a crise política “por ele criada” com a demissão do governo
liderado por Domingos Simões Pereira, em 2015.
“Esta
crise política criada pelo Presidente da República não tem solução a vista.
Foram ensaiadas e postas em perspectivas todas as fórmulas e nada resultou por
falta de vontade do chefe de Estado”, disse Nuno Gomes Nabian que reagia
através de uma conferência de imprensa às
recentes declarações de José Mário Vaz, que admitiu a hipótese de haver eleições antecipadas caso a crise política
persistir.
Aquele
político salientou que o Presidente da República deve ter a coragem de dizer ao
povo guineense que falhou nas suas
promessas, e demitir-se das suas funções.
“O
Presidente da República deve reconhecer que perdeu a capacidade de dirigir os destinos
deste povo e deve convocar eleições gerais onde irá concorrer em pé de
igualdade com todos”, aconselhou.
Nuno
Nabian sublinhou que qualquer partido que vier a ganhar as eleições
legislativas no país, terá problemas em coabitar com o José Mário Vaz na
presidência da República.
Disse
que, na qualidade do líder da Aliança do Povo Unido, encetou vários contactos
com os actores da crise política de forma a encontrar a solução por via do
diálogo mas que nada surtiu efeitos.
“O
Presidente da República afirmou ainda que já tem dinheiro para financiar as
próximas eleições. O povo guineense deve saber da origem desses fundos porque
José Mário Vaz não pode comprar todo um povo com dinheiro ilícito e de proveniência
duvidosa”, referiu.
Nuno
Nabian questionou as recentes deslocações do Primeiro-ministro ao Qatar, país
que considera ser actualmente isolado por todo o mundo devido a sua alegada ligação
com o terrorismo.
“O
quê que os nossos governantes foram lá fazer. Que ligação é que a Guiné-Bissau
tem com o Qatar senão a pura intenção de vender o nosso país”, frisou,
acrescentando que “não vão permitir isso”.
O
líder do APU-PDGB disse que ouviu falar de certos projectos que o actual
governo tem em carteira, nomeadamente em Bolama, e o da privatização do Porto
de Bissau.
“Como
é possível conceder a exploração do Porto de Bissau por um período de 100 anos
em benefício de um grupinho de pessoas. Só porque têm avultados dívidas que não
podem liquidar e querem hipotecar o país”, disse.
Nuno
Gomes Nabian acusou o chefe de Estado de estar a criar milícias para eventual substuição das forças
de Ecomib estacionadas no país, que poderão retirara-se após o prazo de três
meses dados pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
“Os
milícias que está a formar é para que finalidade? Temos os nossos militares,
polícias e tudo que um Estado deve ter. Onde é que surgiu com essa ideia de
criação de milícias. Essas bolsas de formação das milícias podem servir para as
nossas forças armadas”, criticou.
Segundo
Nabian as viagens à Marrocos, Congo ou outros países para pedir bolsas de
formação para milícias só demonstra a falta de confiança, do Presidente da República na classe castrense.
ANG/ÂC/SG
“
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