Doha considera sem fundamento lista de “terroristas” publicada pela
Arábia Saudita e aliados
Bissau, 09 Jun 17 (ANG)
- O Qatar rejeitou hoje as acusações que constam de
uma lista de indivíduos e organizações “terroristas” que são apoiados, segundo
a Arábia Saudita e aliados, por Doha.
Aspecto de Doa capital de Qatar |
“A recente declaração publicada pela Arábia
Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito (…) confirma, mais uma vez, as
acusações infundadas”, afirmou o Qatar num comunicado.
Doha reagia assim a uma lista de indivíduos e
organizações alegadamente ligadas a atividades “terroristas” apoiadas pelo
Qatar publicada pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito,
que cortaram na segunda-feira relações diplomáticas com o país.
A lista elenca 59 pessoas e 12 entidades que se
encontram “ligados ao Qatar e estão ao serviço de um programa político suspeito
do Qatar”, o que demonstra – segundo o comunicado conjunto dos quatro países – que
Doha “afirma, por um lado, lutar contra o terrorismo, mas que, por outro,
apoia, financia e abriga organizações terroristas”.
“A nossa posição na luta contra o terrorismo é mais
forte do que a de muitos dos signatários desse comunicado conjunto”, acrescentou
o governo do Qatar.
Essa lista, publicada hoje pelos sauditas e seus
aliados, contém pelo menos dois nomes já citados internacionalmente como
financiadores do terrorismo e contra os quais o Qatar tomou medidas, de acordo
com um relatório recente publicado pelo Departamento de Estado norte-americano.
Da lista fazem também parte indivíduos e grupos
oriundos do Egito, Bahrein ou da Líbia.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o
Bahrein e o Egito anunciaram sucessivamente na segunda-feira o corte de
relações diplomáticas com o Qatar – num gesto seguido depois por outros países
como Iémen e Líbia -, acusando-o de “apoiar o terrorismo” e de manter relações
próximas com o Irão, num gesto que desencadeou a mais grave crise regional
desde a guerra do Golfo, em 1991.
O corte de relações diplomáticas – complementado
com uma série de medidas para isolar o país, como encerramento de fronteiras
terrestres e do espaço aéreo e marítimo aos meios de transporte do país –
culmina anos de tensões na aliança entre os produtores de petróleo do Golfo e
reflete uma irritação crescente dos países vizinhos com o apoio do Qatar a
organizações que os outros Estados árabes consideram terroristas.
Esses países acusam Doha de ter ligações com
“organizações terroristas e grupos sectários que procuram desestabilizar a
região, entre os quais a Irmandade Muçulmana, o Daesh (acrónimo árabe do grupo
autoproclamado Estado Islâmico) e Al-Qaida”.
O Qatar rejeita as acusações, classificando-as como
“calúnias injustificadas”, e garante que “está a lutar contra o terrorismo e o
extremismo”, enquanto a comunidade internacional tenta arranjar forma de pôr
fim a esta crise diplomática.
ANG/Lusa/Inforpress
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