sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Dia dos mártires de Pindjiguiti

UNTG falta às comemorações devido ao “incumprimento do Memorando do Entendimento pelo Governo”

Bissau, 04 Ago 17 (ANG) – a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), recusou, esta quinta-feira, participar nas cerimónias comemorativas de 03 de Agosto, em homenagem aos mártires de Pindjiguiti, por “incumprimento do Memorando de Entendimento pelo Governo” assinado a 14 de Dezembro de 2016.

Numa nota à imprensa assinada pelo seu Secretário Geral, Estevão Có, à que a ANG teve acesso, esta Central Sindical informa que volvidos setes meses, o executivo  não cumpriu com a implementação do reajuste salarial e “nem tão pouco com o pagamento de dívida contraída com os servidores públicos”.

Por isso, a UNTG “desapontada com a incoerência do Governo”, seu Secretariado Nacional deliberou no dia 20 de Julho último, a não realização de uma actividade conjunta, ligada ao dia três de Agosto, como forma, segundo a organização, de demonstrar a sua indignação face a “atitude incumpridora” do Executivo.

Entretanto, apesar da não participar na cerimónia oficial para assinalar o três de Agosto, a UNTG diz estar disponível para mais uma ronda negocial com o Governo esta semana.
A Central Sindical apela aos trabalhadores, no sentido de manterem “firmes e determinados na luta” que, conforme a UNTG, “só terminará quando o Governo for coerente com os compromissos assumidos”.

Por sua vez, o Ministro da Função Pública e Trabalho diz lamentar a atitude da UNTG e lembrou que o actual Governo “pagou mais de 60 por cento da dívida dos sucessivos executivos” aos funcionários públicos.

 Conhecido com o nome de “ Massacre de Pindjiguiti”, foi há 03 de Agosto de 1959  que os trabalhadores do Porto de Bissau decretaram uma greve para exigir o aumento salarial.
Em resposta, as forças coloniais portuguesas disparam armas de fogo contra estes marinheiros e estivadores, tendo morrido cerca de 50 pessoas.

 Segundo os historiadores, este acontecimento foi determinante para  o PAIGC, o Partido libertador,  começar a equacionar a imperatividade de desencadear uma luta armada para a libertação da então colónia portuguesa.

 Luta essa, que viria a começar há 23 de Janeiro  1963 e que culminou com a declaração unilateral da independência em Setembro de 1973 e reconhecida pelo então regime de Portugal um ano depois. 

ANG/QC/SG

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