UNTG falta às comemorações devido ao “incumprimento do
Memorando do Entendimento pelo Governo”
Bissau, 04 Ago 17
(ANG) – a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), recusou, esta
quinta-feira, participar nas cerimónias comemorativas de 03 de Agosto, em
homenagem aos mártires de Pindjiguiti, por “incumprimento do Memorando de
Entendimento pelo Governo” assinado a 14 de Dezembro de 2016.
Numa nota à imprensa
assinada pelo seu Secretário Geral, Estevão Có, à que a ANG teve acesso, esta
Central Sindical informa que volvidos setes meses, o executivo não cumpriu com a implementação do reajuste
salarial e “nem tão pouco com o pagamento de dívida contraída com os servidores
públicos”.
Por isso, a UNTG
“desapontada com a incoerência do Governo”, seu Secretariado Nacional deliberou
no dia 20 de Julho último, a não realização de uma actividade conjunta, ligada
ao dia três de Agosto, como forma, segundo a organização, de demonstrar a sua
indignação face a “atitude incumpridora” do Executivo.
Entretanto, apesar
da não participar na cerimónia oficial para assinalar o três de Agosto, a UNTG
diz estar disponível para mais uma ronda negocial com o Governo esta semana.
A Central Sindical
apela aos trabalhadores, no sentido de manterem “firmes e determinados na luta”
que, conforme a UNTG, “só terminará quando o Governo for coerente com os
compromissos assumidos”.
Por sua vez, o
Ministro da Função Pública e Trabalho diz lamentar a atitude da UNTG e lembrou
que o actual Governo “pagou mais de 60 por cento da dívida dos sucessivos
executivos” aos funcionários públicos.
Conhecido com o nome de “ Massacre de
Pindjiguiti”, foi há 03 de Agosto de 1959
que os trabalhadores do Porto de Bissau decretaram uma greve para exigir
o aumento salarial.
Em resposta, as
forças coloniais portuguesas disparam armas de fogo contra estes marinheiros e
estivadores, tendo morrido cerca de 50 pessoas.
Segundo os historiadores, este acontecimento foi
determinante para o PAIGC, o Partido
libertador, começar a equacionar a imperatividade
de desencadear uma luta armada para a libertação da então colónia portuguesa.
Luta essa, que viria a começar há 23 de
Janeiro 1963 e que culminou com a
declaração unilateral da independência em Setembro de 1973 e reconhecida pelo
então regime de Portugal um ano depois.
ANG/QC/SG
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