03
de Agosto//Governo promete
atender as reivindicações dos sindicatos
Bissau 04 Ago. 20 (ANG) – O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentares e porta-voz do Governo prometeu que o executivo liderado pelo Nuno Nabian tudo fará para atender, na medida das suas possibilidades, as reivindicações dos sindicatos, e avisa que não será fácil uma vez que os problemas são vastos.
“Foram 46 anos de maus
hábitos, não é um dia, num mês ou num ano que um Governo consiga resolver os
problemas de toda a administração pública do país, mas é preciso sim que as
Centrais Sindicais continuem a exigir , acompanhar e serem parceiros do executivo
na solução destes problemas”, disse Jaquité ao intervir na cerimónia alusiva as
comemorações dos 61 anos do massacre dos marinheiros do cais de Pindjiguiti,
realizada segunda-feira,em Bissau.
O governante afirmou que
pretende com isso expressar a firme determinação em tudo fazer para que a vida
dos trabalhadores ligados ao mar e outros servidores públicos seja melhorada.
Jaquité frisou que o Governo não vé o pagamento de salários como um
objectivo final, pois é apenas a obrigação do executivo, salientando que vão
fazer tudo para continuar a cumprir essa missão à tempo e hora, uma vez que a conjuntura
actual assim o exige.
Pediu a comprensão dos
sindicatos e que tenham em consideração os
problemas que o Governo enfrenta nomeadamente as mudanças climáticas e a crise sanitária
causada pelo coronavírus que, segundo ele, podem provocar muito mais sofrimento
do que já se viveu.
Falndo do acto comemorado, afirmou
que o massacre de Pindjiguiti ocorrido à 3 de Agosto de 1959 deve servir aos
governantes guineenses de exemplo para uma boa prática de Governação e procura incessante da satisfação dos desejos e
ambição de uma vida cada vez melhor dos
filhos da Guiné-Bissau.
Mamadu Serifo Jaquité que
falava em representação do chefe de Governo
disse que a boa Governação
exige de todos a ética, rigor, a verdade, responsabilidade, coerência e o compromisso de todos para juntos
lutar para uma Guiné-Bissau melhor, renunciando a corrupção, demagogia, manipulação, mentira e ao nepotismo, e colocar os interesses
do país acima dos partidários e pessoais.
O governante exaltou o papel dos mártires de Pindjiquiti na
independência nacional e desenvolvimento da Guiné e Cabo-Verde, mas lamentou o
abandono à que os sobreviventes foram relegados .
Por seu turno, a ministra da
Função Pública destacou que completou segunda-feira 61 anos desde aquele
violento acontecimento que marcou a história
da Guiné-Bissau como um Povo heróico, salientando que a luta pela emancipação
do Povo guineense para uma vida condigna sem exploração e opressão por um
salário digno merecido começou exactamente através do movimento dos marinheiros
e operários do porto de Pindjiquiti .
Para Maria Celina Tavares,
as reivindicações dos marinheiros eram mais do que justa, mas a respostas da
então administração colonial foi tudo menos consentânea, uma vez que, no lugar
de diálogo, a tropa colonial preferiu utilizar a força com balas reais para
assassinar aqueles que ousaram dizer “basta ao salário de miséria e a
exploração” .
“Esse massacre foi o
despertar da consciência do Povo da Guiné-Bissau sobre a imperatividade de ter
que lutar, por todos os meios possíveis, na época, para assumir o seu destino.
Assim foi e continua a ser até os dias de hoje”, sublinhou.
Tavares salientou que a dignificação
do trabalhador guineense, ainda está a quem do desejável e que é nesta
perspectiva que o Ministério que dirige está empenhado em prosseguir e executar,
fielmente, o Programa do Governo e a adenda assinado com as Centrais Sindicais,
de forma a dar melhores condições de vida e aos trabalhadores da administração
pública da Guiné-Bissau.
O Secretário-geral da União Nacional dos
Trabalhadores da Guiné(UNTG), Júlio Mendonça presente na cerimónia advertiu ao
Governo de que a paciência das Centrais Sindicais já está no limite e que não
haverá mais espaço à violação do princípio da legalidade e que todos são
obrigados a mudar o paradigma da Governação do país.
Frisou que já não há tempo a
perder e se querem a estabilidade governativa devem respeitar as leis, combater
a corrupção em diversos níveis e pagarem as dívidas do Estado, não importa a
denominação de interna ou externa.
Para Malam Li , líder da
Confederação-Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB), um
Estado que não dispõe de trabalhadores com moral altamente motivada, é um
Estado vazio.
Li exige, entre outras, o
pagamento das dívidas salariais em atraso aos jornalistas contratados e técnicos
da comunicação social dos órgãos públicos referentes aos meses de Abril á
dezembro de 2019 e de Janeiro a Julho do ano em curso.
Pediu ainda a anulação dos
recrutamento do pessoal levado a cabo nas diferentes instituições do Estado sem
concurso público, nomeadamente no Ministério de interior, dos Transportes e
outros.
António Gomes, um dos
sobreviventes do Massacre de Pindjiquiti queixou-se de que estão abandonados à sua sorte, uma vez que
só são lembrados no dia 3 de Agosto, depois disso voltam ao esquecimento.
, Gomes acrescentou que,
para eles , trata-se de um dia de desgosto porque os 57
marinheiros que foram mortos não cometeram qualquer crime. ANG/MSC/ÂC//SG
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