Justiça
/Cerca de dez milhões de
pessoas no mundo são apátridas
Bissau, 23 Out 20(ANG) – Cerca de dez milhões de pessoas no mundo são
apátridas, disse o orador do Workshop promovido pelo Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados (ACNUR) sobre a consciencialização da situação de
apátrida na Guiné-Bissau, que decorreu, em Bissau com duração de dois dias.
Hélder Pires explicou as
regras e requisitos para uma pessoa ter
nacionalidade guineense e criticou a não
clarificação da lei sobre apátrida.
Falou igualmente da
importância do registo de nascimento
para aquisição de bilhete de identidade
e outros documentos da Guiné-Bissau.
“Muita das vezes um
indivíduo pode ser de um determinado país, mas se não for registado e não
possuir nenhum documento do seu país, não consegue provar a sua nacionalidade,
que lhe dá direitos de viajar ou de fazer transações financeiras ,” frisou.
Questionado sobre os dados estatísticas
da apatridia na Guiné-Bissau, respondeu que o país não possui nenhum documento
sobre números de apátridas, salientando contudo que, está explicíto que algumas pessoas estão em
risco de apatridia porque vieram aqui e não têm nenhum documento do seu país de
origem e nem do país de acolhimento.
Revelou que mesmos alguns
cidadãos nacionais adultos residentes nas zonas rurais não foram registadas e
seus filhos corem risco de ser apátridas e perder muitos benefícios do Estado.
A ACNUR, segundo a sua 1ª responsável, Eunice Queta Esteves pretende apoiar e sensibilizar o governo
guineense no sentido de tentar resolver ou diminuir a situação das pessoas em
risco de serem apátridas na Guiné-Bissau.
Referiu que o workshop visa sensibilizar as organizações da
sociedade civil, e diferentes instituições para ajudarem na resolução da
erradicação da apátrida.
Lembrou que o então ministro
da Justiça do Governo de Aristides Gomes, tinha aprovado o Plano Nacional da erradicação
de apátrida, explicando que, estão a
terminar os trabalhos para se submeter ao Conselho de
Ministros para efeitos de aprovação e eventual promulgação
pelo Chefe de Estado.
Eunice Esteves revelou que
neste momento os técnicos de ACNUR, UNICEF e do Ministério da Justiça estão
empenhados na região de Bafatá, na campanha
de registo das crianças de zero à sete anos de idade, em risco de apátridia e
que no próximo mês estarão no Arquipélago de Bijagós.
Em nome dos formandos,
Felismina Gomes da Silva agradeceu os parceiros e financiadores do Workshop e
lamentou o facto de no país haver muitas
pessoas nas zonas rurais em risco de ser
apátridas porque não possuem nenhum documento comprovativo de que são cidadãos guineenses.
ANG/JD/ÂC//SG
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