Diplomacia/Relações Guiné-Bissau/Marrocos registam
“salto qualitativo
”
Redação, 21 Out 20 (ANG)
- As relações diplomáticas entre Bissau
e Rabat registaram um salto qualitativo com a abertura terça-feira de uma
embaixada do Reino de Marrocos na Guiné-Bissau.
Segundo essa “Almanaque Royal”, as primeiras armas
automáticas utilizadas pelos guerrilheiros do PAIGC foram doados pelo Rei
Hassan II. Mais tarde, Bissau e Rabat registaram uma certa frieza nas suas
relações devido a posição indecisa das autoridades de Bissau em relação a
República Árabe Saharaouie Democrática(RASD) que luta pela sua independência
perante Marrocos.
Nos primeiros anos de
independência as autoridades guineenses se mantiveram , de forma mais clara, em
defesa da causa dos saharaouis , até que
em 2010 tudo se mudou com a retirada do reconhecimento da RASD, decisão que
marcou o início de uma relação diplomática estável entre os dois países.
A ferida nas relações dos
dois países ficou completamente curada com visita privada do então chefe de
Estado, Malam Bacai Sanhã à Marrocos, em 2009 e de José Mário Vaz, em 2015.
O presidente da Assembleia
Nacional Popular, Cipirano Cassamá, terá
sido quem acabara com todas as dúvidas ao reiterar no âmbito de uma visita à
Rabat, em 2014, o apoio da Guiné-Bissau à Marrocos sobre a questão do Saara.
No dossié de cooperação há o registo de sete acordos assinados pelos dois países em vários
domínios. O primeiro foi a assinatura, em Tanger, de um protocolo de coperação
no domínio de administração pública , em Junho de 1987. Os ministros dos
negócios estrangeiros dos dois países assinaram em 1996 dois acordos, sendo um
sobre a criação de uma comissão mista de cooperação e outro sobre a cooperação económica, científica, técnica e
cultural.
Em 2011, os dois países
chegaram a um acordo de abertura de uma
linha aérea que ligou Casablanca à Bissau.
Dois anos mais tarde(2013)
foi acordado pelas duas partes a elaboração de uma legislação farmacéutica, e
de projectos de desenvolvimento do sector famaceutico e medical na Guiné-Bissau.
Em Dezembro de 2014, um acordo entre os dois países previu troca de experiências
e do saber-fazer em matéria jurídica e legislativa.
Os acordos acima referidos
foram engrossados com vários outros assinados no âmbito da visita que o rei de
Marrocos Mohammed VI efectuou à Bissau em Maio de 2015, abrangendo nos domínios
de agricultura, saúde, educação, transporte e do turismo.
A vista de sua magestade
Muhammed vI ficou ainda marcada com a condecoração do hóspede do então
presidente, José Mário Vaz com a medalha Amilcar Cabral, a mais alta distinção
da Guiné-Bissau.
Depois de vários anos de
existência de uma embaixada guineense em Rabat, o reino de Marrocos abriu
terça-feira a sua embaixada na Guiné-Bissau. ANG//SG
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