quarta-feira, 21 de outubro de 2020

    Diplomacia/Relações Guiné-Bissau/Marrocos registam “salto qualitativo

Redação, 21 Out 20 (ANG) -  As relações diplomáticas entre Bissau e Rabat registaram um salto qualitativo com a abertura terça-feira de uma embaixada do Reino de Marrocos na Guiné-Bissau.

As primeiras relações diplomáticas oficiais entre os dois países foram estabelecidas em 1986, segundo  a revista marroquina “Aujourd´hui”, não obstante as relações entre os dois países serem do período de luta para a libertação da Guiné-Bissau do colonialismo português.

Segundo essa  “Almanaque Royal”, as primeiras armas automáticas utilizadas pelos guerrilheiros do PAIGC foram doados pelo Rei Hassan II. Mais tarde, Bissau e Rabat registaram uma certa frieza nas suas relações devido a posição indecisa das autoridades de Bissau em relação a República Árabe Saharaouie Democrática(RASD) que luta pela sua independência perante Marrocos.

Nos primeiros anos de independência as autoridades guineenses se mantiveram , de forma mais clara, em defesa da  causa dos saharaouis , até que em 2010 tudo se mudou com a retirada do reconhecimento da RASD, decisão que marcou o início de uma relação diplomática estável entre os dois países.

A ferida nas relações dos dois países ficou completamente curada com visita privada do então chefe de Estado, Malam Bacai Sanhã à Marrocos, em 2009 e de José Mário Vaz, em 2015.

O presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipirano Cassamá,  terá sido quem acabara com todas as dúvidas ao reiterar no âmbito de uma visita à Rabat, em 2014, o apoio da Guiné-Bissau à Marrocos sobre a questão do Saara.

No dossié de  cooperação  há o registo de sete acordos  assinados pelos dois países em vários domínios. O primeiro foi a assinatura, em Tanger, de um protocolo de coperação no domínio de administração pública , em Junho de 1987. Os ministros dos negócios estrangeiros dos dois países assinaram em 1996 dois acordos, sendo um sobre a criação de uma comissão mista de cooperação e outro sobre  a cooperação económica, científica, técnica e cultural.

Em 2011, os dois países chegaram a um acordo de abertura  de uma linha aérea que ligou Casablanca à Bissau.

Dois anos mais tarde(2013) foi acordado pelas duas partes a elaboração de uma legislação farmacéutica, e de projectos de desenvolvimento do sector famaceutico e medical na Guiné-Bissau. Em Dezembro de 2014, um acordo entre os dois países previu troca de experiências e do saber-fazer em matéria jurídica e legislativa.

Os acordos acima referidos foram engrossados com vários outros assinados no âmbito da visita que o rei de Marrocos Mohammed VI efectuou à Bissau em Maio de 2015, abrangendo nos domínios de agricultura, saúde, educação, transporte e do turismo.

A vista de sua magestade Muhammed vI ficou ainda marcada com a condecoração do hóspede do então presidente, José Mário Vaz com a medalha Amilcar Cabral, a mais alta distinção da Guiné-Bissau.

Depois de vários anos de existência de uma embaixada guineense em Rabat, o reino de Marrocos abriu terça-feira a sua embaixada na Guiné-Bissau. ANG//SG

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