Costa do Marfim/Alassane Ouattara candidato a
um 3° e último mandato
Bissau, 29 Out
20 (ANG) - A dois dias das eleições presidenciais na Costa do Marfim, o actual
Presidente, Alassane Ouattara, tenta vencer a votação pela terceira vez
consecutiva.
Desde 2010 que
Alassane Ouattara é o Presidente da Costa do Marfim e deveria ter sido o seu último mandato, visto que a
Constituição martinense limita a dois o número de mandatos.
O próprio
Presidente tinha afirmado que não se iria candidatar, no entanto a morte súbita do seu candidato favorito, o primeiro-ministro Amadou Gon
Coulibaly, vítima de um ataque cardíaco a 8 de Julho durante o Conselho
dos Ministros, veio a precipitar
as coisas.
Com este acontecimento o Presidente voltou atrás e
decidiu apresentar uma terceira candidatura.
Segundo a Constituição, o limite de mandatos é de dois consecutivos,
no entanto essa mesma Constituição foi modificada em 2016 e para o RHDP - a
Força de uma Costa do Marfim Reunida - isso significa o regresso à escala zero. Aliás
o Partido do Presidente pede que se diga «primeiro mandato da terceira República».
De notar que o Conselho Constitucional, a 14 de Setembro, validou 4 das 44 candidaturas, sendo a
do Presidente Alassane Ouattara uma das válidas.
Uma candidatura que provoca polémica na
população e manifestações no país,
algumas vezes violentas, já
fizeram 15 mortos.
Em entrevista à RFI, Alassane Ouattara justificou a sua
candidatura e afirmou “é
o amor da pátria que me levou a ser candidato. Comigo a derrota dos
adversários é certa. É por isso que eles não se candidataram.Ninguém
pode dizer que sou um megalómano. O que me interessa é a minha consciência, o
amor que tenho pelo meu país. E considero que esta decisão é boa”.
Acrescentou:”Se tivesse sido Amadou
Gon Coulibaly, que não tenham ilusões pois ele os teria vencido. Mas como
sou eu, para eles a derrota é certa”, disse acrescentando, “por
conseguinte, talvez, seja a razão, pela qual não querem participar nas
eleições. Não estamos em transição na Costa do Marifm”.
Disse que foi democraticamente eleito eporque
é que se quer uma transição?
“Estas eleições terão lugar conforme os
ditames da Constituição a 31 de outubro, que é um sábado, o último sábado do
mês de outubro," reafirmou.
Na entrevista outros assuntos foram abordados como um possível regresso ao país de
Laurent Gbagbo, Presidente da Costa do Marfim de 2000 a 2010.
Para Alassane Ouattara, o seu regresso não
é um problema: «O Passaporte dele está a ser-lhe emitido. Ele já fez nove
anos de prisão e acho que é o momento dele regressar à Costa do Marfim».
Na entrevista à
RFI e à France24, o actual Presidente já fez uma antevisão da próxima eleição
que vai decorrer em 2025, admitindo que não se vai candidatar e
desejando impor uma idade limite para entrar na corrida às Presidenciais, por
volta dos 70 ou 75 anos, o que eliminaria o próprio Alassane Ouattara mas
também Laurent Gbagbo e Henri Konan Bédié, este último sendo candidato já em
2020.
“Este ano estou a fazer um
sacrifício. Será muito complicado para mim, até impossível,
espero que isso possa ser resolvido pela Constituição», concluiu.
No próximo sábado, quatro candidatos se vão defrontar nas urnas: Alassane
Ouattara (RHDP), Henri Konan Bédié (PDCI - Partido Democrático da Costa do
Marfim), Pascal Affi N'Guessan (FPI - Frente Popular Marfinense) e Kouadio
Konan Bertin (Independente).
Há
um acordo entre Henri Konan Bédié e Pascal Affi N'Guessan para uma aliança na
segunda volta, se esta se revelar necessária.ANG/RFI
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