Gutteres/Missão das Nações Unidas “é agora mais crucial do que nunca”
Bissau, 26 Out20 (ANG) –
O secretário-geral da ONU, António Guterres, frisou esta semana por ocasião do
Dia das Nações Unidas, que a missão da
organização que lidera desde 2017 “é agora mais crucial do que nunca”.
Numa mensagem especial sobre esta data simbólica, divulgada recentemente, o líder da ONU enumerou alguns dos desafios globais atuais mais prioritários e urgentes, como a crise climática, a pandemia da covid-19, as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030), os conflitos armados e a defesa e proteção da dignidade humana e dos direitos humanos.
“Enfrentamos desafios
colossais. Com solidariedade e cooperação globais podemos superá-los. É a razão
de ser das Nações Unidas”, declarou Guterres na mensagem, apelando ainda “a
todos, em todo o lado, que se unam.”
Numa entrevista recente
à agência Lusa, e a propósito do 75.º aniversário da ONU, António Guterres
afirmou estar convicto de que as instituições multilaterais mundiais estão “num
momento de refundação”, apontando na mesma ocasião a necessidade de renovar
“alicerces” perante as exigências dos tempos atuais.
“Estou convicto de que,
75 anos após a fundação das Nações Unidas, estamos num momento de refundação.
Necessitamos examinar alguns dos alicerces em que assentam as nossas sociedades
e instituições mundiais e renová-los, para que sejam adequados ao nosso tempo”,
disse Guterres.
Em declarações à Lusa,
António Guterres defendeu que as instituições multilaterais precisam de ser
atualizadas, incluindo a própria Organização das Nações Unidas (ONU).
Estas instituições devem
representar de forma mais equitativa a população mundial “em vez de conferirem
um poder desproporcional a alguns, limitando a voz de outros, em particular no
mundo em desenvolvimento”, sustentou então, sem fazer referências específicas.
Ainda na mesma
entrevista, o ex-primeiro-ministro português sublinhou que as recentes crises
vieram demonstrar que o mundo precisa de “mais e melhor multilateralismo”, o
que significa “um multilateralismo que funcione de maneira eficaz e que traga
resultados às pessoas que visa servir”.
“Precisamos,
urgentemente, de instituições multilaterais que, estando assentes num
consentimento global, possam agir de forma decisiva na promoção do bem comum.
(…) Instituições multilaterais que sejam justas, com uma representação
acrescida do mundo em desenvolvimento, de modo a que todos possam fazer ouvir a
sua voz”, reforçou.
Nesse sentido, o
representante sustentou que as Nações Unidas, “um fórum indispensável para um
multilateralismo renovado e reformulado”, e os valores da Carta fundadora da
organização septuagenária têm um papel importante a desempenhar.
A 01 de Janeiro de 2017,
o ex-primeiro-ministro português e ex-Alto Comissário para os Refugiados
António Guterres sucedeu ao sul-coreano Ban Ki-moon, que cumpriu dois mandatos
à frente da organização internacional (2007-2016), e tornava-se no nono
secretário-geral da ONU para um mandato de cinco anos, até 31 de Dezembro de
2021. ANG/Inforpress/Lusa
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