Desflorestação/Associação das Industrias Madeireiras acusa Primeiro-ministro de montar uma Seração na antiga instalação da STENAKS
Bissau, 28 Out 20 (ANG) – O
Presidente da Associação das Indústrias Madeireiras da Guiné-Bissau acusou o
Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian de montar uma Seração na antiga instalação
da empresa STENAKS, em Bissau, o que considerou de injusto porque a lei proíbe
a montagem das industrias madeireiras em Bissau.
“Não devem ser os próprios
governantes a montar as suas Serações em Bissau em demonstração de força.
Queremos que as Serações sejam montadas onde devem ser. Se os técnicos de
ambiente quiserem vamos mostrar o impacto desta Seração aqui em Bissau porque a
referida Seração não tem aspirador, isso pode prejudicar o ambiente”, sustentou
Sá.
José António Sá pediu ao
Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló a usar as suas prorrogativas para
proibir o funcionamento da referida Seração.
Aquele responsável, mostrou-se
surpreendido com a forma como a moratória que proibia cortes de madeira foi levantada, no passado dia
8 do mês em curso, acrescentando que, logo na madrugada do dia 9 do corrente
mês, entraram madeiras para a Seração
pertencente ao Primeiro-ministro.
José Sá disse ter a certeza
de que a Direção-geral da Floresta desconhece da entrada dessas madeiras denunciadas.
“Para trazer os troncos para
Bissau existem tramitações a serem feitas, mas temos a plena certeza de que a
Direção-geral da Floresta não sabe como entraram essas madeiras., Queremos
apelar a Polícia Judiciária e ao Ministério Público para agirem em conformidade
com a lei, a fim de descobrir como isso aconteceu”, disse.
António Sá considerou de
anormal o comportamento do governo que
tomou uma decisão unilateralmente de lhes fechar as Serações, há mais de cinco
anos, acrescentando que esperavam que na
abertura da campanha, o governo ia lhes chamar para definir como vai ser a
corte, o que não foi o caso.
Disse que as 12 Serações
legalmente contam com mais de mil
trabalhadores e 3 mil colaboradores
indiretos.
Por sua vez, o Presidente do
Conselho Fiscal da mesma Associação, Bacar Sanó contou que nunca participaram
na corte abusiva ou desmedida de madeiras porque sempre cumprem com as suas
metodologias de corte.
Sublinhou que cada vez que
querem fazer corte, solicitam a Direção-geral de Floresta e que esta
instituição, antes manda fazer vistoria nas zonas indicadas.
Sanó considera que a moratória foi feita só para lhes
prejudicar porque visa só os madereiros, justificando que desde a implementação dessa moratória o trabalho de madeira e
devastação das florestas continuaram mas que até então nenhum madereiro abriu a
sua Seração.
O Vice-presidente da
referida Associação, Luís Danilson Nicolau Silva responsabiliza o serviço de fiscalização
da Direção-geral da Floresta pelos abates de árvores durante os últimos cinco anos. ANG/DMG/ÂC//SG
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