Ucrânia/ONU diz que ambos os lados do conflito violaram as normas internacionais
Bissau,
06 Jul 22(ANG) – A Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos,
Michelle Bachelet, afirmou hoje que ambos os lados do conflito na Ucrânia
violaram as normas internacionais aplicáveis em tempo de guerra, embora a
Rússia o tenha feito a uma escala muito mais grave.
Segundo
Michelle Bachelet, ainda que “numa escala muito menor, também parece provável
que as forças armadas ucranianas não tenham cumprido plenamente” essas normas
nos territórios orientais do país, que a Rússia quer ter sob o seu total
controlo e onde concentra as suas capacidades militares.
Bachelet
mencionou que os Serviços de Segurança Ucranianos e a Polícia Nacional terão
prendido cerca de 1.000 pessoas suspeitas de apoiarem as forças e milícias
russas.
“Preocupa-nos
que as detenções não se façam de acordo com as obrigações da Ucrânia. Também
documentámos doze casos de possíveis desaparecimentos forçados por parte das
forças de segurança ucranianas”, acrescentou a Alta-Comissária da Organização
das Nações Unidas (ONU).
O
Gabinete dos Direitos Humanos da ONU registou 4.889 mortes de civis, incluindo
335 crianças, embora se saliente que os números reais podem ser
consideravelmente mais elevados.
A
maioria das mortes ocorreu em ataques com artilharia pesada em áreas habitadas.
“Apesar
de o número de baixas civis causadas pela utilização destas armas ser
indiscutível, as forças armadas russas continuaram a operar da mesma forma, com
as consequências previsíveis para a população civil e as suas infraestruturas”,
lamentou Bachelet.
Além
disso, o departamento que lidera verificou 28 casos de violência sexual
relacionada com o conflito, incluindo casos de violação, violação em grupo,
tortura e nudez pública forçada.
A
maioria dos casos foram detetados em áreas controladas pelas forças armadas
russas, mas também houve relatos de situações em áreas sob controlo do Governo
ucraniano, acrescentou Bachelet.
A
Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada
pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de
armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a
Moscovo. ANG/Inforpress/Lusa
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