Religião/Justiça guineense investiga vandalização de igreja católica de Gabu
Bissau, 05 Jul
22 (ANG) - A justiça guineense tem em mãos a investigação da vandalização na
semana passada da paróquia católica de Santa Isabel em Gabú, no leste do país.
A governadora, Elisa Pinto, garante que a calma voltou e o pároco
, Odilin Judicaël Leno, demonstrou a sua satisfação pela afluência, neste domingo, aos festejos do dia da paróquia onde uma estátua tinha sido encontrada quebrada e uma outra tinha sido levada do templo escassos dias antes.
Uma estátua de madeira de Nossa Senhora
tinha desaparecido aquando da vandalização da igreja, mas o pároco, Odilin
Judicaël Leno, garante que ela foi recuperada, perto da residência do
governador, e já está guardada.
Uma outra tinha sido encontrada partida em
dois pedaços no acto de vandalização que chocou a comunidade católica
guineense.
O presidente, Umaro Sissoco Embaló, relativizou
no domingo à noite o caso afirmando que muitas mesquitas também são roubadas,
embora a confederação da juventude islâmica tenha vindo a condenar o sucedido
falando em "acto maléfico" que poria em causa "a
liberdade de práticas religiosas".
A RFI falou com o Padre Odilin Judicael
Leno, da paróquia de Santa Isabel de Gabú.
Ele confirma que neste domingo, dia da paróquia, foram muitos os
fiéis que fizeram questão em marcar presença na missa.
"Aquela imagem de Nossa Senhora, de madeira, das
Jornadas mundiais da juventude, que está visitando a nossa paróquia, foi
levada. Já a encontrámos e ficou arrumada dentro da igreja. A outra [estátua de
Nossa Senhora] que estava dentro da igreja foi quebrada."
Questionado sobre o local onde tinha sido encontrada a imagem de
Nossa Senhora o padre respondeu que tinha sido localizada junto à residência da
governadora.
O pároco alega que a comunidade tem voltado à normalidade, com o
apoio da comunidade muçulmana, muito influente nesta região do país, e com
forte adesão dos fiéis católicos na missa dominical que assinalou o dia da
paróquia de Santa Isabel de Gabú.
E que por ora a investigação decorre, sem registo de pistas
naquele que foi o primeiro incidente do género.
Por seu lado a governadora, Elisa Pinto, garante que a calma impera
e confirma a prossecução da investigação ao ocorrido e que a comunidade
muçulmana visitou a paróquia em jeito de solidariedade.
"As autoridades estão a ouvir os suspeitos. O processo está sob a alçada das autoridades competentes. O ambiente é muito calmo, a sociedade islâmica está solidária com a comunidade católica" garantiu a governadora de Gabú.ANG/RFI
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