Sudão/Militares vão deixar partidos
políticos escolher novo Governo
Bissau, 05 Jul 22 (ANG) - O líder militar e presidente do mais
importante órgão executivo do Sudão, Abddelfatah al-Burhan, anunciou
segunda-feira que as Forças Armadas não participam no fórum que ONU e União
Africana (UA) estão a promover, para os partidos formarem um Governo civil.Bandeira de Sudão
O Conselho Soberano, controlado exclusivamente pelos militares
desde o golpe de Outubro passado, não intervirá no diálogo com os partidos
políticos para lhes dar a oportunidade de formar um Governo civil, disse
Al-Burhan, que preside ao conselho, num discurso transmitido pela televisão.
"Após a formação do
novo Governo, o Conselho Soberano será dissolvido e formaremos um Conselho
Supremo das Forças Armadas que será responsável pelas tarefas de segurança e
defesa", acrescentou.
O anúncio coincidiu com
protestos de centenas de sudaneses, pelo quinto dia consecutivo, em Cartum e
subúrbios, para exigir a saída dos militares do poder e denunciar a repressão
que já matou 114 pessoas.
O Conselho Soberano, a
autoridade máxima da transição no Sudão, foi formado em 2019, na sequência da
"revolução" que levou ao derrube do ditador Omar al-Bashir, que
estava no poder há 30 anos.
No processo, foi formado
um Governo de transição com civis e militares, liderado pelo economista
Abdallah Hamdok, mas em 25 de Outubro de 2021 o golpe do general Al-Burhan pôs
fim à frágil divisão do poder.
Os civis foram então
excluídos do Conselho Soberano e o Governo e o poder foram monopolizados pelos
militares e seus aliados paramilitares ou ex-rebeldes armados.
Desde então, grupos
pró-democracia manifestam-se semanalmente e os protestos, que haviam perdido intensidade
há vários meses, parecem voltar a ganhar o vigor anterior após a morte de nove
manifestantes na quinta-feira.
Desde o golpe, 114
pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas na repressão. ANG/Angop
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