segunda-feira, 7 de novembro de 2022

 
COP-27 arranca no Egipto/ "É necessária uma acção internacional urgente"

Bissau, 07 Nov 22 (ANG) - Arrancou no domingo, em Sharm El-Sheik, no Egipto, a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. Representantes de cerca de 200 países estão reunidos até ao próximo dia 18 de Novembro para discutir as alterações climáticas que assombram o planeta, numa altura em que o mundo atravessa diversas crises.

Um dos principais objectivos da COP-27 é limitar o aquecimento global e reduzir a utilização de combustíveis fósseis, um tema que voltou ao palco de discussão com a guerra na Ucrânia e, com a crise energética mundial, que daí advém.

Na abertura do evento, o Presidente da COP-27, o ministro egípcio Sameh Shukri, disse que é necessária “uma acção internacional urgente” para fazer face à emergência climática e defendeu que a crise político-económica mundial não deve “desviar os esforços globais para enfrentar as alterações climáticas”.

Um dos temas principais em discussão nesta cimeira do clima será o financiamento por parte dos países ricos aos países em desenvolvimento para ajudá-los a mitigar as consequências das alterações climáticas.

Recorde-se que os países do norte já se tinham comprometido a ceder 100 mil milhões de dólares aos países do sul, até 2020, meta que ainda não foi cumprida.

O continente africano também espera importantes decisões deste encontro.

Presidente da Câmara Africana de Energia, uma organização que promove os interesses africanos defendeu que a COP deve reconhecer as necessidades especiais de África em matéria de transição energética.

O representante africano, NJ Ayuk, defendeu, numa nota escrita enviada à agência Lusa, que a “agenda verde das nações ricas ignora África” e lembrou que o continente é responsável por apenas 3% das emissões  nocivas.

Para além disso, acrescentou ainda que as “receitas da exportação de petróleo e gás representam mais de 20%” em países como, por exemplo, Angola ou o Gabão e que são fundamentais para o desenvolvimento de África.

A agenda verde dos países ricos "ignora quem aponta que o gás natural tem o potencial para trazer uma prosperidade enorme ao continente, na forma de empregos, oportunidades de negócios, construção de capacitação e monetização, e ignora o caminho lógico e sustentável que propomos, que é usar os nossos recursos naturais, principalmente o gás, para nos ajudar a suprir as necessidades actuais e gerar receitas que nos possam ajudar a pagar a nossa transição para as energias renováveis", rematou o Presidente da Câmara Africana de Energia. ANG/RFI

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