ONU/Mortalidade infantil no Mundo está a diminuir, mas UNICEF alerta para
riscos persistentes
Bissau, 14 Mar 24 (ANG) - Um
relatório da UNICEF publicado na terça-feira sobre mortalidade infantil indica
que em média, em 2022, terão morrido no Mundo cerca de cinco milhões de
crianças com menos de cinco anos, um número inferior a 2020.
No entanto, esta organização
avisa que a maior parte das mortes que ainda ocorre na mais tenra infância
acontece em África e na Ásia e tem como principal causa a falta de cuidados neonatais.
O facto de a
mortalidade infantil até aos cinco anos estar a diminuir drasticamente no Mundo
em geral é uma boa notícia, tendo em conta que no ano 2000, a taxa de óbitos
era de 51%.
A UNICEF
estima no relatório lançado na terça-feira que em 2022, terão morrido
entre 4,6 milhões a 5,4 milhões de crianças com menos de cinco anos, o
número mais baixo desde que estes estudos começaram a ser levados a cabo, mas
deixa vários alertas e diz que os progressos feitos a nível mundial são
"precários".
Desde logo, o impacto da mortalidade
infantil é desigual. Há duas regiões no Mundo onde morrem muito mais crianças:
a África Sub-sahariana e o Sudeste Asiático. Só nestas duas regiões foram
recenseados 82% de todas as mortes de crianças com menos de cinco anos em 2022.
A UNICEF aponta como principal razão a falta de cuidados neonatais.
Outros riscos que contribuem para estas
estatísticas são a falta de vacinação e o diagnóstico precoce de doenças comuns
na infância.
Assim, a UNICEF pede um maior investimento
em profissionais de saúde não só nos países mais pobres, mas também nos países
com rendimentos médios, onde há muita desigualdade social. Estes profissionais
devem ter uma visão local e estar estabelecidos nas comunidades, atuando logo
nos primeiros 28 dias após o nascimento. Esta intervenção precoce podia ter
salvo mais 150 milhões de crianças desde 2000.
Ainda segundo este relatório, crises como a
covid-19 e conflitos armados contribuem também para a desigualdade da
mortalidade infantil no Mundo. Em caso de guerra, segundo a UNICEF, as
crianças até aos cinco anos estão entre as vítimas em maior número. ANG/RFI
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