Rússia/Putin diz que Rússia está pronta para usar armas nucleares se for ameaçada
Bissau, 13 Mar 24 (ANG) – A Rússia está pronta para usar armas nucleares se houver uma ameaça ao Estado, à soberania ou à independência do país, declarou o Presidente russo, numa entrevista transmitida hoje.
À televisão estatal russa, Vladimir Putin
disse esperar que os Estados Unidos evitem qualquer escalada que possa
desencadear uma guerra nuclear, mas sublinhou que as forças nucleares da Rússia
estão prontas.
Questionado se alguma vez considerou usar
armas nucleares na frente de batalha na Ucrânia, o líder russo respondeu que
não havia necessidade.
Putin também expressou confiança de que
Moscovo alcançará os objetivos na Ucrânia, mas disse estar aberto a
negociações, acrescentando que qualquer acordo exigiria garantias firmes do
Ocidente.
"Estamos preparados, mas apenas para
negociações que não se baseiem em alguns desejos após o uso de psicotrópicos,
mas nas realidades que foram criadas, como dizem nestes casos, no
terreno", frisou.
Putin tem repetidamente descrito o Governo
da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, como "um grupo de toxicodependentes
e neonazis".
Na mesma entrevista, o Presidente da Rússia
acusou a Ucrânia de lançar ataques em solo russo numa tentativa de interferir
nas eleições presidenciais marcadas para 15 e 17 de Março.
Várias regiões russas, nomeadamente
Belgorod e Kursk, na fronteira com a Ucrânia, foram alvo de múltiplos ataques
de drones (aparelhos aéreos não tripulados) ucranianos pelo segundo dia
consecutivo, tendo como alvo infra-estruturas de energia.
Uma refinaria de petróleo foi alvo de um
drone esta madrugada, em Ryazan, a cerca de 200 quilómetros a sudeste de
Moscovo, num ataque que causou feridos e desencadeou um incêndio, disse o
governador regional.
Quase 60 drones atingiram também outras
regiões russas, incluindo Belgorod, Bryansk, Kursk e Voronezh, todas na
fronteira com a Ucrânia, sem causar feridos, de acordo com as respectivas
autoridades regionais.
Na terça-feira, voluntários russos que
lutam pela Ucrânia também alegaram terem-se infiltrado na Rússia e assumido o
controlo de uma aldeia fronteiriça na região de Kursk, uma incursão que o
exército de Moscovo garantiu ter repelido.
Estes ataques podem ser explicados de uma
"forma muito simples. Tudo isto está a acontecer num contexto de falhas
(ucranianas) na linha da frente", disse Putin.
"No entanto, o objetivo principal, não
tenho dúvidas, se não conseguirem minar as eleições presidenciais na Rússia, é
pelo menos tentar impedir de alguma forma os cidadãos de expressarem a sua
vontade", garantiu o líder russo.
Vladimir Putin, no poder há mais de duas
décadas e candidato à reeleição, é o favorito nas presidenciais, na ausência de
qualquer oposição.
A eleição deverá manter Putin no poder até
2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de um mandato
adicional até 2036, graças a uma alteração constitucional feita em 2020. ANG/Angop
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