Senegal/Libertados opositores a 10 dias das eleições presidenciais
Bissau, 15 Mar 24 (ANG) – O líder da oposição do Senegal, Ousmane Sonko, e o candidato presidencial Bassirou Diomaye Faye foram libertados esta quinta-feira da prisão, no âmbito de uma lei de amnistia para os detidos por atos políticos.
El Malick Ndiaye, porta-voz do Patriotas do
Senegal, partido dissolvido pelas autoridades no ano passado, disse na rede
social X que ambos os dirigentes tinham saído da prisão de Cap Manuel, na
capital, Dacar.
Automóveis e pessoas a agitar bandeiras
senegalesas encheram a estrada de acesso à prisão, cantando "Nós amamos
Sonko", de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).
Uma multidão reuniu-se também perto da casa
de Sonko, de 49 anos, noutro bairro da capital, a poucos quilómetros de
distância.
Duas horas depois, Bassirou Diomaye Faye
agradeceu "o apoio e a solidariedade" e anunciou a realização de uma
conferência de imprensa esta sexta-feira.
Sonko estava detido desde Julho, acusado de
"apelos à insurreição e conspiração" contra o Estado, algo que o
obrigou a retirar-se da campanha presidencial, tendo Diomaye Faye sido
apresentado como o "plano B" e aceite.
Isto apesar de Diomaye Faye estar detido
desde Abril de 2023, acusado de desacato ao tribunal, difamação e atos
susceptíveis de comprometer a paz pública, após ter criticado os juízes que
condenaram Sonko.
O presidente do Senegal, Macky Sall,
promulgou em 6 de Março a lei de amnistia aos detidos por atos políticos
ocorridos desde 2021 e 2024, no meio de uma crise política.
Os senegaleses deveriam ter ido às urnas em
25 de Fevereiro, mas em 3 de Fevereiro, mesmo antes do início da campanha,
Macky Sall adiou a votação por 10 meses.
A decisão originou manifestações que
fizeram quatro mortos e um confronto entre o chefe de Estado, a Assembleia
Nacional e o Conselho Constitucional.
Macky Sall acabou por recuar e marcar as
eleições para 24 de Março.
A batalha das últimas semanas pôs à prova o
apego do país à democracia, que tem sido fustigada por uma sucessão de golpes
de Estado noutros pontos da região. ANG/Angop
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