Mário Vaz nega ter dito ao Presidente
da ANP que decidira demitir Primeiro-Ministro
Bissau,13 Ago 15(ANG) - O Presidente
da República reiterou que não é verdade que ele tenha dito ao Presidente da
Assembleia Nacional Popular(ANP),Cipriano Cassama que já tinha tomado a decisão
de demitir o Primeiro-ministro.
O parlamento evocou a existência de uma chamada estratégia
presidencial para derrubar o governo
para realizar um debate de urgência sobre a situação politica no termo do qual
reafirmou a sua confiança politica ao governo e recomendado o dialogo para se
ultrapassar a crise política vigente.
Em mensagem à Nação, José Mário Vaz
afirmou que depois de tomar conhecimento da proposta de remodelação, o Presidente
da ANP, manifestou-lhe uma indescritível indignação não só pelo seu teor, mas
sobretudo pelo facto de o Primeiro-Ministro não lhe ter dado conhecimento
prévio da proposta e nem respeitou o acordo de partilha das pastas.
"No segundo encontro que tivemos,
ao que assistiu o meu Director de Gabinete, não me limitei apenas a
transmitir-lhe que não estava em condições de viabilizar a proposta de remodelação,
como também lhe transmiti a minha reocupação do relacionamento do executivo
comigo e com o poder judicial e as mesmas estavam a pôr em causa o regular
funcionamento das instituições", explicou o chefe de Estado.
O Presidente da República declarou que
na ocasião apresentou ao Cipriano Cassama três soluções constitucionais para
ultrapassar a crise, nomeadamente a dissolução da Assembleia Nacional Popular, Demissão
do Governo, convidando o PAIGC enquanto partido vencedor das eleições para
indicar um nome para assumir a chefia do executivo e a última, manter o
Domingos Simões Pereira e proceder a uma remodelação profunda do Governo por
forma a torna-lo credível.
Disse-lhe que iria consultar as forças
vivas da nação e a Comunidade Internacional
sobre essas três possíveis soluções para a saída da crise política.
"É verdade que o Presidente da
ANP ligou-me a pedir que lhe recebesse com o Primeiro-Ministro. Antes de os
receber, precisava entender o que motivou a täo brusca mudança de comportamento
de Cipriano Cassama em relação ao Primeiro-ministro", explicou.
O Presidente da República salientou
que foi esta "pequena mentira" que foi associada a um panfleto anónimo
que estranha e curiosamente, como por magia, apareceu na Assembleia Nacional
Popular no justo e exacto momento em que Cassama iria anunciar aos deputados
que acabava de ter conhecimento de que o chefe de Estado ia demitir o Governo.
"A conduta do Presidente da ANP é
de uma irresponsabilidade sem precedentes na historia da nossa democracia e das
instituições do Estado, que nem uma inconfessável agenda política de me levar a
demitir o Governo e provocar e instigar um caos social forçando eleições
presidenciais antecipadas", disse.
Declarou que quando a República atinge
extremos como momentos dramáticos dos últimos dias, com a agravante de se
tentar conduzir o poder de forma irresponsável para a rua, os fundamentos do
Estado vêm seriamente ameaçados.
"O poder pertence ao povo, mas
não é para ser exercido na rua. O poder do Povo é exercido pelo Estado através
das suas instituições democraticamente eleitas. Na qualidade de chefe de
Estado, cabe-me a responsabilidade última de garantir a preservação da
dignidade do Estado", vincou.
ANG/ÂC/SG
Sem comentários:
Enviar um comentário