Covid-19/”Usar máscara é tão importante como
haver uma vacina”, diz director do África CDC
Bissau, 01 Out 20 (ANG) - O director do África CDC, John Nkengasong, disse hoje que a utilização de máscaras é tão importante para prevenir a propagação da covid-19 como a existência de vacinas, avisando que ninguém se pode cansar de usar máscara.
"Usar máscara é tão importante como haver uma vacina, não vamos poder cansar-nos de usar máscara e temos de a usar sempre que possível, porque a vacina e a máscara vão conviver neste 'novo normal' que vai durar muito tempo", disse o director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
A partir de Adis Abeba,
durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia de
covid-19 no continente, John Nkengasong salientou que "os Estados-membros
e as pessoas não se podem cansar de usar máscara" e acrescentou que
"mesmo quando a vacina estiver pronta, provavelmente no primeiro trimestre
de 2021, será preciso conjugar as duas coisas".
Na conferência de
imprensa, John Nkengasong disse que a pandemia de covid-19 já infectou 1,4
milhões de pessoas no continente africano, resultando em 36 mil mortes, sendo
por isso necessário "manter as medidas de distanciamento, a lavagem das
mãos e a utilização de máscaras".
O responsável do CDC
África disse ainda que na segunda-feira será lançada uma aplicação informática
(app) chamada 'my covid-19 pass', com informações fornecidas pelos Estados e
que são úteis para os cidadãos.
"Numa primeira fase
temos 35 países que se registaram nesta plataforma e colocam informação na app,
e depois vamos apontar para as plataformas de distribuição ('hubs') de
passageiros, como Quénia, Cairo, Adis Abeba, Togo e África do Sul, com o
objectivo de alargar para todos os países, colocando informação sobre o que é
preciso para viajar de um sítio para o outro", disse Nkengasong.
"É preciso
harmonizar os procedimentos e as medidas para a economia poder funcionar,
porque há 29 países em África que exigem um teste negativo PCR para deixar
entrar um viajante, mas há nove que pedem um teste PCR à chegada e 13 ainda
impõem uma quarentena de 14 dias à chegada", apontou o responsável.
Antes, já a comissária
dos Assuntos Sociais da União Africana, Almira El-Fildal, tinha salientado a
importância da iniciativa 'Salvar Vidas, Salvar a Economia', que é apresentada
hoje oficialmente.
"A campanha tem
como objectivos específicos minimizar os custos da infecção e os custos
económicos da pandemia e limitar o impacto em África partilhando
informação", sendo direccionada para apresentar recomendações aos Estados
sobre como reabrir as economias de forma segura, disse a comissária,
salientando que as implicações económicas para as pessoas são muito
penalizadoras.
"Ficar em casa quer
dizer não ir à escola, quer dizer não haver rendimento, e para muitas famílias
significa não haver comida em casa, por isso a pressão económica e política
para reabrir as economias é compreensível", admitiu Almira El-Fildal.
A pandemia de covid-19
já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,7 milhões de casos de
infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há cerca de
36 mil mortos confirmados em mais de 1,4 milhões de infectados em 55 países,
segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A doença é transmitida
por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do
centro da China.
Depois de a Europa ter
sucedido à China como centro da pandemia em Fevereiro, o continente americano é
agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes. ANG/Angop
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