Nigéria/PRESIDENTE SUBSTITUIU OS PRINCIPAIS LÍDERES MILITARES
Bissau, 27 Jan 21 (ANG) - O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, anunciou terça-feira a substituição dos quatro principais líderes militares da Nigéria, após meses de grave deterioração da situação de segurança no país mais populoso de África.
O chefe de Estado,
um antigo general golpista dos anos 1980 que chegou ao poder através das urnas,
em 2015, "aceitou a demissão imediata" dos chefes do Exército, da
Força Aérea, da Marinha e do chefe do Estado-Maior e nomeou imediatamente os
seus substitutos.
Esta decisão, apesar
de surgir após meses de pressão desleal da presidência sobre o Exército, surge
como uma surpresa, uma vez que o chefe de Estado tinha até agora defendido
oficialmente os generais e as suas estratégias militares.
Numa declaração da
presidência, Muhammadu Buhari também saudou as suas "tremendas vitórias
nos seus esforços para trazer a paz ao nosso amado país", depois de, no
entanto, ter sido sujeito a numerosas críticas relativamente à situação de
segurança no país.
O novo chefe do
Estado-Maior é o general Leo Irabor, o novo chefe do Exército Ibrahim Attahiru,
o almirante A.Z Gambo assume a Marinha e o general Isiaka Oladayo Amao a Força
Aérea.
A Nigéria, com uma
população de cerca de 200 milhões de habitantes, enfrenta graves perturbações,
particularmente no nordeste do país, uma região ainda atormentada por ataques
dos grupos 'jihadistas' Boko Haram e Estado Islâmico na África Ocidental
(Iswap), mas também no noroeste, onde grupos de criminosos organizados estão a
aterrorizar a população e a intensificar os raptos em grande escala.
O Golfo da Guiné,
que faz fronteira com a Nigéria, tornou-se também a região marítima mais
perigosa do mundo, com navios a serem atacados regularmente por piratas.
Outras regiões
permanecem particularmente instáveis e correm o risco de serem inflamadas a
qualquer momento, como no sudeste, onde o grupo independente Ipob, o movimento
dos povos indígenas de Biafra, ameaça pegar em armas.
Na segunda-feira,
confrontos violentos entre uma milícia que alegava ser Ipob e o Exército
nigeriano provocaram a morte de um civil.
A insegurança tem
deixado milhões de pessoas deslocadas no país, resultando em imensos desafios
humanitários e alimentares.ANG/Angop
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