França/ONGs apresentam queixa
colectiva contra o Estado por racismo
Bissau, 27 Jan 21(ANG) - Um
grupo de ONG’s que quer que o Governo francês acabe com “controlos de identidade
discriminatórios” efectuados pela polícia , lançou uma acção colectiva contra o
Estado.
Trata-se de primeira
iniciativa de género em França e surge
depois de vários casos de violência policial e de acusações de racismo no
interior da polícia francesa, nomeadamente o espancamento de um produtor de
música negro no seu local de trabalho.
Depois da agressão policial contra um
produtor de música negro no seu local de trabalho, em Novembro, o Presidente
Emmanuel Macron anunciou que haveria uma concertação nacional sobre a
polícia, algo que começa na próxima segunda-feira.
Macron tinha, também, assumido, em
Dezembro, durante uma entrevista ao media online Brut que “hoje, quando se é
de cor, é-se muito mais controlado” pela polícia.
As seis ONG, nomeadamente a Amnesty
International France e a Human Rights Watch, pedem uma modificação do código
penal para “proibir
explicitamente a descriminação dos controlos de identidade” e a criação
de “um
mecanismo de apresentação de queixa eficaz e independente”.
A acção dá quatro meses ao
primeiro-ministro e aos ministros do Interior e da Justiça para responder, caso
contrário a Justiça pode ordenar ao governo "medidas para que acabe a
descriminaçao”.
Em Janeiro de 2017, um relatório do
Defensor dos Direitos concluiu que “um jovem negro ou árabe tem uma probabilidade 20
vezes maior” de ser controlado do que o resto da população. Em Novembro
de 2016, o Tribunal da Relação já tinha condenado o Estado pelos chamados “controlos de
identidade em função do aspecto físico”.
Os sindicatos de polícia refutam as acusações de racismo e falam em “manobras políticas” das ONGs a quem atribuem “posições contra a polícia”. ANG/RFI
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