Preservação florestal/Populares das diferentes povoações de Bafatá continuam com práticas de cortes ilegais de madeiras
Bissau,21 Jan 21(ANG) – Os
populares das diferentes povoações da região de Bafatá, leste do país,
continuam com práticas de cortes clandestinas de madeiras, violando a moratória
que proíbe a referida actividade estipulada pelo governo desde o ano 2015.
“Por isso, estamos a
reclamar algum incentivo em prol do desenvolvimento da nossa tabanca”, disse
Braima Djamanca.
Perguntado sobre quem
efetuou as cortes dos troncos encontrados naquela localidade, o chefe da
tabanca informou que, foi um senhor de nome Adjhós que lhes prometeu um
montante de um milhão e meio de francos CFA, para cortar apenas as arvores
secas.
Confrontado com a situação
de que o governo compromete-se a reverter uma parte das verbas da venda de
troncos para os populares das tabancas
onde as madeiras forem retiradas, o chefe da povoação de Sintchã Bobo respondeu
que a maioria dos jovens da aldeia não acreditam nessa promessa do executivo,
porque o Estado pode fazer e desfazer sem que nada aconteça.
“Foi nesta circunstância que
o dito senhor de nome Adjhós nos enganou com a promessa de dinheiro para fazer
a corte e até hoje não recebemos nenhum tostão”, lamentou.
Por sua vez, a porta voz da
Comissão Interministerial encarregue de gestão das madeiras cortadas em todo o
território nacional e igualmente Inspetora
Geral do Ambiente, disse que a
missão visa recolher os troncos cortados clandestinamente espalhados em várias
localidades e que por isso é preciso agrupa-los para depois serem levados para
o aquartelamento de Bafatá.
Interrogada sobre a
quantidade de troncos existentes actualmente nas matas, Isabel Sanha salientou
que são 421 em duas tabancas da região de Bafatá.
Confrontada com a situação
de como encarra o pedido de alguma compensação da parte da população como
contrapartida para retirada dos troncos, Isabel Sanha disse que, é encarrada
com naturalidade.
“Desde o início do processo,
informamos de que os populares das tabancas onde se encontram os troncos serão
recompensados, ou seja as madeiras não serão vendidas sem que os populares
beneficiassem de algo. Ou serão construídas escolas, aquisição das carteiras,
centros de saúde entre outros”, esclareceu.
Apelou as pessoas que ainda
estão a fazer as cortes para abdicarem dessa prática, tendo em conta que estão
a contribuir para a degradação das florestas, salientando que precisamos das
plantas porque todos sabem da sua importância.
Questionado se dispõe de
mecanismos para impedir ou controlar as cortes clandestinas de árvores, aquela
responsável disse que não é uma tarefa apenas do Ministério do Ambiente, mas
sim da Direcção Geral das Florestas e Fauna, acrescentando que todos devem unir
para realmente estancar a prática.
Para o Comandante da Brigada
de Protecção de Natureza e Ambiente(BPNA), Bacar Fati, sublinhou que a operação
de recuperação de madeiras foi organizada no âmbito do destacamento número três
daquela estrutura da região de Bafatá e Gabú.
“Nós integramos esta missão porque
somos responsáveis pela apreensão das madeiras anteriores e conhecemos todas as
matas onde estão escondidas e a missão é constituída igualmente pela Polícia
Judiciária, Ministério Público, Associação de Madeireiros, autoridades
regionais entre outros”, explicou Bacar Fati.
Perguntado sobre como
encarram a reação do desagrado dos populares da tabancas onde se encontram os
troncos, aquele responsável afirmou ainda não deparam com situações de
resistência dos populares, acrescentando que, têm estado a notar a colaboração
no sentido de facilitar a recuperação das madeiras.
“O Conselho de Ministros já
tinha advertido em comunicado de que todas as madeiras cortadas actualmente em
todo o território nacional se encontram em situação de apreensão, porque
existem grande quantidade de madeiras cortadas depois de moratória estipulada
em 01 de fevereiro de 2015 e que está em vigor até o momento”,”, explicou.
Bacar Fati informou que
todas as cortes efetuadas naquela localidades são recentes, tendo qualificado
o acto de desobediência e violação da moratória, adiantou que um dos actor da
referida prática já foi identificado e ouvido pelas autoridades competentes.ANG/ÂC
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