Covid-19/Missão da OMS chega hoje à China para investigar
origem do vírus
Bissau, 14 Jan 21(ANG) – Uma equipa de dez investigadores e especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) chega hoje à China para investigar a origem do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, detectado pela primeira vez em Wuhan, em fins de 2019.
Terça-feira, as autoridades chinesas confirmaram que a equipa de especialistas da OMS chegará à China viajando directamente para Wuhan, procedente de Singapura.
Além da OMS, a missão
integra especialistas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) e da Organização Mundial de Saúde Animal, estando envolvidos
cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca,
Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar.
Em Fevereiro e Julho de
2020, duas equipas de especialistas visitaram a China com o mesmo objectivo da
actual missão, mas poucos pormenores foram divulgados sobre a origem de um
vírus que já provocou quase dois milhões de mortes entre os mais de 91,5
milhões de contaminações em todo o mundo.
A visita da missão à
China, em particular a Wuhan, foi confirmada segunda-feira pelas autoridades de
Pequim, depois de, na semana passada, ter sido anulada à última hora por falta
das autorizações necessárias.
Nos últimos meses,
Pequim reagiu mal aos pedidos de uma investigação independente, tendo mesmo
aplicado sanções comerciais à Austrália, que insistiu nesse sentido em várias
ocasiões.
As autoridades chinesas,
apesar de confirmarem a visita da missão, que está prevista durar entre cinco e
seis semanas, não adiantaram quaisquer pormenores sobre o programa, devendo os
especialistas cumprir uma quarentena, ainda não confirmada por Pequim, logo que
cheguem a território chinês.
No entanto, os
sucessivos atrasos impostos pela China para aceitar uma investigação
independente implica que os primeiros vestígios da infecção sejam bastante
complicados para encontrar, sobretudo em Wuhan, cidade que reportou a primeira
morte associada ao novo coronavírus a 11 de Janeiro de 2020.
Em Wuhan, como noutras
partes da China, a pandemia esteve amplamente sob controlo na primavera e o
número nacional de mortos permaneceu oficialmente em 4.634 desde meados de
Maio.
A China tem sido
criticada internacionalmente pela reacção inicial à epidemia, tendo vários
médicos de Wuhan que evocaram a existência do vírus sido acusados pela polícia
de “propagarem rumores”, enquanto um jornalista independente que cobria então a
quarentena na cidade sido condenado em Dezembro a quatro anos de prisão.
Mesmo o nome da primeira
vítima mortal da covid-19 continua por conhecer, sabendo-se unicamente
tratar-se de um homem de 61 anos que frequentava o mercado de Wuhan,
considerado como o primeiro grande foco da pandemia e que foi encerrado a 01 de
Janeiro de 2020 mantendo-se, de resto, vedado até hoje, com as autoridades
chinesas a não permitirem a entrada a especialistas independentes. ANG/Inforpress/Lusa
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