Venezuela/Chile e Argentina vão trabalhar juntos numa saída política para Caracas
Bissau, 28 Jan 21 (ANG)
– O Governo chileno anunciou quarta-feira que juntamente com a Argentina vai
lançar, nas próximas semanas, uma “estratégia comum” de diálogo por uma “saída
política” para a situação da Venezuela que contará com a participação da
comunidade internacional.
“Daqui a algumas
semanas, será formada uma frente comum na qual as diferentes correntes que têm
preocupação com o processo de transição na Venezuela convirjam numa estratégia
comum que terá como um dos elementos fundamentais a necessidade de uma saída
política”, anunciou o ministro das Relações Exteriores do Chile, Andrés
Allamand, em declarações à radio chilena Duna.
O chanceler chileno
sublinhou que a proposta incluirá o diálogo entre as partes do conflito e a
participação da comunidade internacional.
“Para que exista uma
saída política é necessário um diálogo político entre as partes do conflito,
com a assistência e a observação da comunidade internacional. E que, a partir
desse diálogo, possam surgir os caminhos de solução para a difícil situação
venezuelana”, explicou.
As declarações acontecem
quando o Presidente argentino está no segundo dia de uma visita de Estado de
dois dias ao Chile.
O chefe da diplomacia
chilena confirmou que a situação política da Venezuela foi abordada no encontro
entre os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e da Argentina, Alberto
Fernández.
“Com a Argentina, temos
trabalhado numa nova aproximação à situação venezuelana. Argentina e Chile,
cada um a partir da sua posição, têm conversado activamente sobre isso”,
revelou Allamand.
O diálogo que Chile e
Argentina propõem já nasce a partir de visões contrapostas sobre a situação
venezuelana.
O Chile integra o
chamado Grupo de Lima que reconhece Juan Guaidó como Presidente interino da
Venezuela, e que vê o regime de Nicolás Maduro como uma ditadura. Já a
Argentina, com a mudança de governo há 13 meses, continuou no grupo apenas para
se contrapor aos que não reconhecem Nicolás Maduro como Presidente.
A ala mais importante do
Governo argentino, liderada pela vice-Presidente, Cristina Kirchner, é também a
mais radical a favor do regime de Nicolás Maduro. Nos fóruns internacionais,
essa posição argentina tem causado atrito com os países vizinhos, contrários a
Maduro.
“(Chile e Argentina) têm
diferenças políticas e não representam exactamente o mesmo, é verdade”, admitiu
o ministro chileno, Andrés Allamand.
O Grupo de Lima surgiu
em Agosto de 2017 para abordar a crise venezuelana como resposta à
impossibilidade de aprovar resoluções contra a Venezuela na Organização dos
Estados Americanos, devido ao bloqueio dos países das Caraíbas, beneficiados
pelo petróleo venezuelano.
Na América Latina,
Argentina, México, Nicarágua, Cuba e Bolívia são aliados da Venezuela por acção
ou por omissão. ANG/Inforpress/Lusa
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