COVID-19/SEGUNDA VAGA ESTÁ A SER MAIS MORTÍFERA EM ÁFRICA – UA
Bissau, 22 Jan 21 (ANG) - A segunda vaga da pandemia de covid-19 está a
revelar-se mais mortífera em África, onde a taxa de mortalidade excede a média
mundial, anunciou quinta-feira o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da
União Africana (África CDC).
A taxa de
mortalidade do novo coronavírus em África situa-se agora em 2,5% dos casos
registados, acima da média mundial de 2,2%, explicou o director daquela agência
especializada da União Africana (UA), John Nkengasong, na conferência de
imprensa semanal do Africa CDC, através da internet, a partir de Addis Abeba.
O número de casos no
continente aumentou 14% por semana ao longo do último mês.
Desde o início da
pandemia, África permanece oficialmente um dos continentes menos afectados pela
contaminação com o vírus SARS-CoV-2, com 3,3 milhões de casos de Covid-19 e
quase 82.000 mortes, de acordo com a agência.
Mas o aumento da
taxa de mortalidade marca uma rutura em relação à primeira vaga, em que se
encontrava abaixo da média global, indicou Nkengasong.
"Estamos a
assistir a uma inversão", acrescentou o director do Africa CDC.
"Esta é uma das
características notáveis da segunda vaga, que temos de combater
duramente", advertiu.
Actualmente, 21
países africanos registam taxas de mortalidade superiores aos 2,2% que são a
média mundial.
Entre os exemplos
dados pelo CDC estão o Sudão, com uma taxa de mortalidade de 6,2%, o Egippto
com 5,5%, a Libéria com 4,4% e a República Árabe Saharaui Democrática (RASD) –
Estado-membro da UA - com 11,8%.
Este aumento da
mortalidade é causado pelo número acelerado de casos, que está a entupir os
sistemas de saúde do continente, de acordo com o Sr. Nkengasong.
A dinâmica da
epidemia "excede a capacidade dos enfermeiros e médicos para gerir os
doentes", explicou. "Os pacientes não estão a receber a atenção e os
cuidados de que necessitam porque temos um número limitado de camas e de
mantimentos".
Nkengasong salientou
particularmente a necessidade de oxigénio, que é utilizado para tratar formas
graves de covid-19, que se estão a tornar "críticas".
Na Nigéria, o país
mais populoso de África, as autoridades de saúde relatam ter de "escolher
quais os pacientes a tratar e a quem recusar cuidados", disse ele.
A UA anunciou na
semana passada que encomendou 270 milhões de vacinas para distribuir por todo o
continente, para além das vacinas planeadas através do esquema Covax, uma
iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de parceiros privados
destinada a proporcionar um acesso equitativo às vacinas.
A União Africana
está em negociações com a Rússia e com a China para encomendar doses adicionais
de vacinas, mas "ainda não há um acordo", informou Nkengasong.
África registou nas
últimas 24 horas mais 922 mortes por covid-19 para um total de 81.861, e 28.109
novos casos de infecção, segundo os últimos dados oficiais da pandemia no continente.
De acordo com o África CDC, o número de infectados é de 3.337.028 e o de recuperados nos 55 Estados-membros da organização nas últimas 24 horas foi de 28.621, para um total de 2.784.501 desde o início da pandemia.ANG/Angop
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