segunda-feira, 9 de agosto de 2021

 

Forças Armadas/EMGFA nega que  estudantes militares guineenses na Rússia estejam a enfentar situações de “desonra” ao país

Bissau,09 Ago 21(ANG) - O Estado-maior General das Forças Armadas nega que  estudantes militares guineenses na Rússia estejam a  passar  fome ou a receber favores de terceiros para dormir e satisfazer outras necessidades.

O Estado Maior General das Forças Armadas reagia à notícia veiculada pelo o jornal digital guineense (Capital News), segundo a qual um grupo de cerca de 50 militares que frequentam curso na Rússia estaria a passar situações desumanas e com relatos de alguns a dormirem na rua, por estarem de férias e as autoridades russas, alegadamente, não se ocuparem deles.

Samuel Fernandes, chefe da Divisão Central da Inteligência do Estado Maior General das Forças Armadas, precisou que os militares enviados à Rússia são 45 bolseiros cadetes, através de uma oferta do governo russo para oito estabelecimentos do ensino militar russo.

“Neste momento todos os estudantes estão de férias. Nesse período, cada estudante é obrigado, antecipadamente, a preencher uma ficha para confirmar que vai de férias. Os países com recursos financeiros enviam até bilhetes para os seus estudantes, porque têm mais condições e capacidade económica”, esclareceu e disse que um militar deve conhecer a capacidade e a economia do seu país.

O chefe da Divisão Central da Inteligência do Estado-maior General das Forças Armadas afirmou que dos 45 cadetes que o país tem em oito academias russas, apenas um está fora do estabelecimento universitário, porque terá pedido que iria passar férias com o seu amigo moçambicano.

“Para além deste nosso soldado, todos os elementos cadetes guineenses estão nas residências das academias universitárias a passar as suas férias, cumprindo programas específicos estabelecidos para o período de férias como: as excursões académicas”, assegurou.

O militar guineense alerta que as Forças Armadas não vão permitir que uma meia dúzia de pessoas ponha em causa o prestígio do país e dos militares da Guiné-Bissau, nem permitir a indisciplina no seio das forças armadas.

Neste sentido, enfatizou que dada às carências que o país tem enfrentado, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Na N´tan, tem proporcionado encontros juntos dos parceiros da Guiné-Bissau, o que permitiu ultimamente o país enviar bolseiros, em número mais significativo, para o Marrocos e um pouco mais reduzido para o Senegal e a China.

Samuel Fernandes considera “grave” informação posta a circular nos órgãos de comunicação social sobre a situação vulnerável dos estudantes militares guineenses na Rússia.

Promete continuar a averiguar a situação. Contudo, avisou que se a fonte da informação for um dos estudantes militares na Rússia perderá automaticamente a bolsa, porque ” está bem plasmado no acordo de que quem violar as regras perde a bolsa e será retornado ao país”.

“Temos canais próprios para colocar os nossos problemas e temos ainda a nossa representação diplomática na Rússia, onde diferentes situações podem ser tratadas, não por meios de órgãos de comunicação social”, salientou Fernandes.

O chefe da Divisão Central da Inteligência do Estado Maior General das Forças Armadas disse que todos os militares estão sujeitos a respeitarem os estatutos militares e os princípios que regem o funcionamento das forças armadas da Guiné-Bissau.

“É imperativo respeitar os princípios de sacrifício, empenho e sigilo militar”, afirmou e disse que “é inadmissível banalização das estruturas militares do país, portanto todos os responsáveis perderão as suas bolsas e serão retornados ao país”, afirmou .

Segundo Samuel Fernandes, a ida dos estudantes militares guineenses à Rússia resultou de um acordo rubricado em Moscovo, a 20 de novembro de 2018. ANG/O Democrata

 

 

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