política/DSP alerta para a subtracção de direitos e liberdades no país
Bissau, 06
Ago 21 (ANG) - O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné
e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, alertou quinta-feira para a
subtracção de direitos e liberdades dos cidadãos na Guiné-Bissau, após ser
ouvido no parlamento.
Domingos Simões Pereira foi
quinta-feira ouvido pela comissão especializada da Assembleia Nacional Popular
para a defesa e segurança depois de ter sido impedido de sair do país em Julho
por "ordens superiores".foto arquivo
"Queria sair do país porque
precisava de sair e que também sou livre de ir onde eu quero ir, mas chamei
atenção da comissão especializada para compreenderem que se nós os deputados e
políticos podemos ser submetidos a estas situações, então devemos compreender
que às nossas populações estão a ser subtraídos os seus direitos e liberdades
fundamentais que é muito grave", afirmou o deputado e líder do PAIGC.
Em declarações aos jornalistas no
final da audição, Domingos Simões Pereira criticou a situação vigente de
restrições da liberdade dos cidadãos, sublinhando que está a tornar-se uma
"rotina" evocar "ordens superiores" para suprimir os
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos guineenses.
Questionado se o seu impedimento
de viagem elucida a existência de uma lista com os nomes das pessoas impedidas
de sair do país, Domingos Simões Pereira respondeu que demonstra que há
"pessoas que têm dificuldade de viver no quadro de direito
democrático".
O deputado guineense Domingos
Simões Pereira foi impedido a 23 de Julho de sair da Guiné-Bissau por ordem da
Procuradoria-Geral da República, que o considerou suspeito em vários processos,
mas sem que tivesse conseguido levantar a imunidade parlamentar do líder do
PAIGC.
"O melhor termo que tenho
para enquadrar tudo isso é dizer que é patético. Isto é como estar perante um
juiz que diz: não encontrei nada para te condenar neste julgamento, mas posso
vir a chamá-lo da próxima vez e quiçá vir a condená-lo no futuro, portanto vai
ser preso até quando encontrarmos motivo para a sua prisão" disse,
acrescentando que o país inteiro devia ficar envergonhado com este
acontecimento.
O presidente da Comissão
Especializada da Assembleia Nacional Popular para a área da defesa e segurança,
José Carlos Macedo Monteiro, disse que vão também ouvir os responsáveis do
Ministério Público.ANG/Angop
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