Parque natural/ “Ações dos homens que destroem florestas para fins agrícolas são ameaças ao Parque Natural de Cacheu”diz o responsável
Bissau,
09 Nov 22(ANG) - O responsável do Parque Natural de Cacheu, revelou terça-feira que as ações do homem que destroem
a floresta para fins agrícolas constituem as maiores ameaças ao
Parque Natural do Rio Cacheu, não obstantes as normas proibirem a abertura
de novos campos agrícolas e de novas tabancas no parque.
Segundo o jornal O Democrata, Pá Djaló Carvalho Djatá revelou que todo o trabalho de reflorestação foi destruído, e as novas espécies florestais foram consumidas pelo fogo e diz ainda que a caça clandestina e a invasão de pescadores estrangeiros constituem também uma ameaça ao parque e ao ecossistema.
O parque
natural de tarrafes do rio Cacheu, segundo Djatá, tem 88.615 hectares e devido
a sua situação geográfica está constituído por duas zonas, Norte e Sul.
Alberga no total 44 tabancas. A zona sul tem 15 tabancas e inclusive a
sede, as estruturas que o compõem e a zona norte com um total 29 tabancas.
“A nossa maior preocupação é que o rio é uma área
protegida com braços e a lei recomenda que apenas motores de 15 cavalos devem ser utilizados, mas os estrangeiros
utilizam motores de 40 cavalos e redes inapropriadas”, frisou em entrevista
ao O Democrata.
Pá Djaló Carvalho Djatá explicou que nos braços
secundários não é permitido pescar com canoas a motor, apenas com canoas a
remo. “Motores de 15 cavalos podem ser usados nos canais principais, de Bolol
até São Vicente” disse, para de seguida acrescentar que os pescadores estrangeiros utilizam canoas
a motor de 15 cavalos nos canais secundários e terciários,o que não deveriam
fazer ,”porque são centros de reprodução de peixes”.
Critica que o processo de fiscalização do parque está
parado, e que os parques na Guiné-Bissau funcionam basicamente através de
projetos mas que a pandemia da Covid-19
comprometeu todas as atividades de fiscalização do parque.
Revelou que, de momento, o parque não tem apoio de
nenhum projeto.
Djaló explicou que o parque tem duas vedetas, uma para
a fiscalização e a outra para o ecoturismo.
“Temos utilizado
a do ecoturismo para as nossas atividades de fiscalização,
mas, ultimamente, está avariada. Há dois anos que a equipa de fiscalização está
sem meios para executar as suas tarefas. Como alternativa, recorrem à canoas
da associação dos pescadores artesanais que o próprio parque financiou”, disse.
Em relação a conservação do parque afirmou que requere uma fiscalização responsável ou seja uma das atividades que deve ser encarada com maior determinação porque quando não se fiscaliza uma zona reservada, a ameaça torna-se maior.
Dada às dificuldades
que os técnicos do parque enfrentam, o processo de fiscalização iniciado há
vários anos, diz Pá Djata, voltou a estaca zero e
todos os aspetos que haviam sido melhorados, nomeadamente a lei
de pescas para o setor de Cacheu, sobretudo o uso da rede “Tchás” que
estava controlado e os pescadores eram multados em caso de violação das regras,
se pioraram.
Pá Djaló Carvalho Djatá disse que neste momento tudo
está parado e que a exploração dos recursos
haliêuticos tornou-se abusiva, porque são acessíveis e os pescadores
passaram a pescar sem respeitar as regras e a lei da pesca adotada
para o rio Cacheu é constantemente violada.
Lamenta que na parte continental há uma exploração
abusiva da floresta e dos recursos naturais existentes naquela zona.
O responsável do Parque natural
de cacheu defende que as forças de segurança devem ser integradas na
fiscalização dos parques para garantir que quem utiliza as zonas protegidas
tenha alguma cautela na sua utilização ou exploração
dos seus recursos.
“Não se pode combater a
exploração abusiva dos recursos florestais apenas com canetas e blocos de
notas. É preciso criar as condições para enfrentar os infratores”,
disse Pá Djaló Carvalho Djatá.ANG/JD//SG
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