ELEIÇÕES CREDÍVEIS É
CHAVE DA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL NA GUINÉ-BISSAU – RESG
Bissau 28 de Nov. 13 (ANG) – O
Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau responsabilizou
o governo de transição da Guiné-Bissau pela realização das
eleições gerais a 16 de Março de 2014, ao falar no Conselho de Segurança, em
Nova Iorque.
José Ramos Horta, discursando na terça-feira, classificou de “frustrante e
lento” o processo para a restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau -
depois do golpe de Estado militar de 2012 -, que tem passado por sucessivos
adiamentos, num clima generalizado de medo.
“A chave para um rápido retorno da ordem constitucional deverá ser a garantia
da realização de eleições credíveis e pacíficas a 16 de Março de 2014”, disse o
Nobel da Paz ao apresentar o relatório do secretário-geral, Ban Ki-moon, sobre
esta material e, ainda, um outro acerca das actividades do Gabinete Integrado
das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).
O RESG concluiu comunicando que o primeiro-ministro
do governo de transição, Rui Duarte de Barros, criou uma comissão de
coordenação do processo eleitoral.
Uma missão timorense de aconselhamento técnico para apoio ao processo
eleitoral chegou à capital guineense a 05 de Maio, devendo permanecer no país
por quarto meses, no quadro de uma contribuição solidária do governo em Díli de
USD 6M destinada ao recenseamento, bem como à aquisição do correspondente
equipamento técnico.·
Por outro lado, o embaixador brasileiro António de
Aguiar Patriota, presidente da Comissão para a Configuração da Paz na
Guiné-Bissau, chamou a atenção para os recentes episódios de violência e
intimidação que tipificam a frágil situação securitária no país.
Tendo em conta que as eleições por si só – embora
sejam um pré-requisito para uma estabilidade sustentável – não poderão dar uma
resposta abrangente aos numerosos desafios, aquela comissão estará em posição
de desempenhar um papel central na mobilização de apoios internacionais para as
reformas a encetar pela nova liderança política nacional saída do
plebiscito, com ênfase para a capacitação institucional e desenvolvimento económico.·
Pela Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), o diplomata
moçambicano António Gumende lamentou o sofrimento dos guineenses devido aos
protelamentos do sufrágio e deixou uma palavra de estímulo às autoridades de
transição no sentido de respeitarem compromissos assumidos visando a
transparência na consulta popular, apoiada pela Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Europeia (UE), Timor-Leste e Nigéria.·
Por último, o marfinense Youssoufou Bamba, pela CEDEAO, reconheceu sinais positivos,
embora ainda haja muito por fazer – disse - ate ao pleno restabelecimento da
segurança na Guiné-Bissau e, daí, a extensão da missão ECOMIB até 16 de Maio de
2014. A organização contribui com 19 milhões de dólares para as eleições e
enviará duas unidades policiais de reforço.