quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Agressão a Orlando Viegas



Espancamento de Ministro de Estado pode afectar credibilidade do Governo, diz João de Barros

Bissau, 07 de Nov. 13 – (ANG) – O espancamento de que foi alvo o Ministro de Estado dos Transportes e Telecomunicações, Orlando Mendes Veiga, no passado dia 05, na sua residência no alto Bandim, pode pôr em causa a credibilidade do Governo de Transição.

A opinião é do analista político e editor do jornal “Expresso Bissau”, ao ser convidado pela ANG a comentar aos recentes desenvolvimentos que culminaram com actos de espancamento contra Orlando Viegas e a vandalização da sede da UPG de Fernando Vaz.

“Sendo um Ministro de Estado e um dos vice-presidentes do Partido da Renovação Social, demonstra que existe um Poder paralelo "regulador" de transição, que além de demonstrar a sua parte brutal, deixa indicios que poderá haver mais casos”, explicou João de Barros.

O analista politico esclareceu que tal Poder esta ligado com aquilo que, segundo ele, se possa chamar de "fonte de riqueza ou rendimentos", e são consequências lógicas e naturais do golpe de estado de 12 de Abril do ano passado, aliás de todos os outros conflitos político/militar recorrente no País nos últimos tempo.

Desde golpe de Estado de 12 de abrir não emergiu nenhuma figura política com credibilidade para liderar o processo, dai que, acrescentou, sem um líder credível nesta transição, o País está a ser gerido por uma espécie de "mandjuadade", onde praticamente ninguém é ninguém.

“Se houvesse um agente regulador que pudesse, de uma forma ou de outra, disciplinar os interesses individuais ou de grupos com capacidade de fazer politica de boa gestão e abrangente, provavelmente a situação seria outra”, indicou João de Barros.

“Assistimos desde o inicio da transição a espancamentos de pessoas e houve congratulação e apoio por parte de muitos actores políticos do país, estamos num sistema politicamente dinâmico de constante alteração de posicionamento de figuras, é natural que este ritmo de alteração de interesses e clivagens a situação pode piora”, explicou advertindo que este não será o último acto deste género que o país vai assistir.

Em termos de conclusão referiu-se ao Presidente da Republica como  quem está ausente nas grandes questões do Estado, o que constitui um dos enormes problemas.

Por vezes funciona como presidente da Republica devidamente legitimado nas urnas e em exercício normal das suas actividades, mas por outro lado opera como presidente da Republica anormal.

“Será que o país se encontra em condição de ir as eleições, neste ambiente de desconfiança generalizada entre as forças vivas do país” questionou João de Barros.

ANG – MSC/JAM

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