Espancamento
de Ministro de Estado pode afectar credibilidade do Governo, diz João de Barros
Bissau,
07 de Nov. 13 – (ANG) – O espancamento de que foi alvo o Ministro de Estado dos
Transportes e Telecomunicações, Orlando Mendes Veiga, no passado dia 05, na sua
residência no alto Bandim, pode pôr em causa a credibilidade do Governo de
Transição.
A
opinião é do analista político e editor do jornal “Expresso Bissau”, ao ser
convidado pela ANG a comentar aos recentes desenvolvimentos que culminaram com
actos de espancamento contra Orlando Viegas e a vandalização da sede da UPG de
Fernando Vaz.
“Sendo
um Ministro de Estado e um dos vice-presidentes do Partido da Renovação Social,
demonstra que existe um Poder paralelo "regulador" de transição, que
além de demonstrar a sua parte brutal, deixa indicios que poderá haver mais
casos”, explicou João de Barros.
O
analista politico esclareceu que tal Poder esta ligado com aquilo que, segundo
ele, se possa chamar de "fonte de riqueza ou rendimentos", e são
consequências lógicas e naturais do golpe de estado de 12 de Abril do ano
passado, aliás de todos os outros conflitos político/militar recorrente no País
nos últimos tempo.
Desde
golpe de Estado de 12 de abrir não emergiu nenhuma figura política com
credibilidade para liderar o processo, dai que, acrescentou, sem um líder
credível nesta transição, o País está a ser gerido por uma espécie de "mandjuadade",
onde praticamente ninguém é ninguém.
“Se
houvesse um agente regulador que pudesse, de uma forma ou de outra, disciplinar
os interesses individuais ou de grupos com capacidade de fazer politica de boa
gestão e abrangente, provavelmente a situação seria outra”, indicou João de
Barros.
“Assistimos
desde o inicio da transição a espancamentos de pessoas e houve congratulação e
apoio por parte de muitos actores políticos do país, estamos num sistema
politicamente dinâmico de constante alteração de posicionamento de figuras, é
natural que este ritmo de alteração de interesses e clivagens a situação pode piora”,
explicou advertindo que este não será o último acto deste género que o país vai
assistir.
Em
termos de conclusão referiu-se ao Presidente da Republica como quem está ausente nas grandes questões do
Estado, o que constitui um dos enormes problemas.
Por
vezes funciona como presidente da Republica devidamente legitimado nas urnas e
em exercício normal das suas actividades, mas por outro lado opera como presidente
da Republica anormal.
“Será
que o país se encontra em condição de ir as eleições, neste ambiente de
desconfiança generalizada entre as forças vivas do país” questionou João de
Barros.
ANG – MSC/JAM
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