quinta-feira, 31 de março de 2016

Líbia


Governo apoiado pela ONU chega à capital para tentar "reconciliação nacional"

Bissau, 31 Mar 16 (ANG) – Membros do governo de unidade nacional para a Líbia, apoiado pelas Nações Unidas, chegaram de barco a Trípoli na quarta-feira, com o objectivo de superar a cisão entre duas autoridades rivais e unir o país, em risco de colapso. Uma comitiva de sete pessoas, incluindo o líder e futuro primeiro-ministro, Fayez Sarraj, chegou à base naval de Abusita, na capital, proveniente da Tunísia, sob fortes medidas de segurança. A viagem foi feita de barco porque o espaço aéreo sobre Trípoli esteve encerrado, numa tentativa para evitar a chegada do grupo.

A formação deste governo foi mediada pelas Nações Unidas, e um acordo entre diferentes facções políticas foi assinado em Dezembro, em Marrocos, com o objectivo de acabar com o impasse político no país, onde coexistem dois governos e dois parlamentos, bem como combater a ameaça crescente dos jihadistas do autodesignado Estado Islâmico (EI). O novo executivo foi formado na Tunísia e só agora chegou à Líbia, continuando a não ser reconhecido por nenhum dos dois executivos que deveria substituir.  

“Temos vários desafios à nossa frente, incluindo unir os líbios e remediar as divisões no país”, disse Fayez Sarraj à Reuters. Mais tarde, divulgou um comunicado onde promete anunciar nos próximos dias um programa de governo. “Vamos trabalhar para um cessar-fogo em toda a Líbia, para uma reconciliação nacional, para o regresso das pessoas deslocadas, e vamos procurar enfrentar o Estado Islâmico”, afirma.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu aos líbios que colaborem com Sarraj. “A chegada do conselho presidencial à capital representa uma oportunidade única para os líbios de todas as facções se reunirem e se reconciliarem”, disse Mogherini, citada pelo jornal britânico Guardian. A União Europeia ofereceu 100 milhões de euros como incentivo ao novo governo, caso este consiga o consenso entre as duas autoridades rivais, e o enviado especial dos Estados Unidos para a Líbia, Jonathan Winer, reiterou que o país poderá contar com a ajuda de Washington.

Já o enviado especial das Nações Unidas, Martin Kobler, saudou a chegada do novo executivo e reafirmou a disponibilidade da comunidade internacional para “fornecer o apoio e assistência” necessários para a segurança da Líbia.

Nesta quinta-feira, a situação na cidade era mais calma, mas as agências contam que Sarraj passou a noite na base naval e não há ainda certezas sequer onde irá ficar sediada no imediato a sua administração.

Com a queda de Muammar Khadafi em 2011, nenhuma autoridade conseguiu ainda controlar a totalidade do território líbio e são cada vez mais os que alertam para o risco de o país se transformar num Estado falhado. Desde 2014, coexistem na Líbia dois governos e dois parlamentos rivais – um sediado em Trípoli e outro no extremo Leste do país, em Tobruk –, ambos apoiados por milícias armadas.

O governo de Trípoli foi formado depois de uma aliança de milícias, algumas islamistas, ter invadido a capital, forçando o Parlamento saído das últimas legislativas a mudar-se para o Leste, onde se mantém desde então sob a alçada de um executivo "transitório" que foi reconhecido internacionalmente. ANG/Publico


Futebol


Campeonato de primeira divisão ainda sem data de reinício

Bissau, 31 mar 16 (ANG) – Ainda não há uma data  para a retoma dos jogos do campeonato nacional de futebol porque nao há quaisquer sinais da parte do governo para o efeito.

A revelação foi feita hoje à ANG pelo vice-presidente da FFGB, Joãozinho Mendes. Os jogos do campeonato Nacional de Futebol estão suspensos desde a 8ª jornada devido a falta de fundos para as despesas dos diferentes jogos.

“Normalmente é o governo  quem subvenciona o campeonato, mas ultimamente tem sido a federação a fazê-la, através do seu presidente que já não tem condição de continuar a financiar o campeonato. Por isso retornou a bola ao governo a quem convém reagir sobre o assunto”, explicou Joãozinho Mendes.

Disse que após os compromissos com a selecção nacional durante os dois jogos com a sua congénere do Quénia agora convém retomar os contactos com o governo com vista a retoma do campeonato de futebol.

“Chegamos ontem e ainda não deu tempo para contactar o governo,  ainda temos o balaço do último jogo no Quénia por fazer vamos posteriormente continuar o trabalho com vista a retoma dos jogos do campeonato”, assegurou o vice-presidente da FFGB

ANG/FGS/JAM/SG

Política


Sociedade Civil acredita na resolução, à curto prazo, da presente crise

Bissau, 31 Mar 16 (ANG) – O Porta-voz do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Democracia, Paz e Desenvolvimento afirmou, hoje em Bissau, acreditar na resolução, à curto prazo, da presente crise política do país.

 Mamadú Queta que falava à ANG sobre os resultados dos contactos com os partidos políticos e outros actores, na procura de solução para actual embróglio político, afirmou que nos encontros mantidos, nomeadamente com o PAIGC e PRS, estas duas formações políticas mostraram-se desponíveis ao diálogo.

“Durante esses dias, levámos a cabo vários encontros, por um lado, para termos a aproximação entre o PAIGC e o PRS e, por outro, para al
cansar um entendimento entre o PAIGC e o grupo de 15 deputados expulso desta formação política”, explicou para acrescentar que agora irão efectuar reuniões com o parlamento para que se possa retomar o seu funcionamento normal.

De seguida, assegura Mamadú Queta, o Movimento Nacional da Sociedade Civil vai promover um encontro, onde participará todas as partes desavindas, com vista a obter um acordo definitivo que ponha fim a situação “de bloqueio” do país, que está a  criar  consequências negativas, em termos sócio-económicos.

Sobre a resolução desta crise por via judicial, Mamadú Queta afirmou que, independentemente das decições dos tribunais, ela deve ter uma solução política e negociada entre as partes.

Este membro da Sociedade Civil pediu ao povo guineense para  ter a  calma e acreditar que as  instituições da República serao capazes de  ultrapassar a actual situação que considera de penosa para a Guiné-Bissau.

Por fim, Mamadu Queta exortou a comunidade internacional a continuar a promover o diálogo entre as partes, através duma “diplomacia de pressão”, não obstante declarar que a presente crise deve ser resolvida pelos “próprios guineenses”.

ANG/QC/JAM/SG

Cultura



VIIº Edição de Festival de Bubaque decorreu sem incidentes graves 

Bissau, 31 Mar 16 (ANG) – A VIIª Edição de Festival Bubaque que decorreu entre os dias 25, 26 e 27 de corrente mês, terminou sem nenhum registo de incidentes. 

A informação foi dada hoje à ANG pelo Director Artístico da Comissão Organizadora do mesmo durante um breve balanço a respeito do que foi os três dias do Festival.

Juca Delgado revelou que um dos pontos mais alto do festival, foi a forma como as forças de segurança trabalharam para evitar que aconteça qualquer incidente durante os três dias de festival.

Realçou por outro lado que todo o evento teve a cobertura da imprensa nacional assim como internacional o que possibilitou a  projecção da imagem do pais ao mundo.

De acordo com aquele responsável, o Festival deste ano reuniu  maior número de músicos em relação as edições passadas. Foram 88 artistas nacionais e internacionais que actuaram durante  três dias .

“Isso demonstra que a Comissão Organizadora, em parceria com o governo,  trabalhou afincadamente para o desenvolvimento da cultura guineense”, disse Juca Delgado.

Segundo Delgado, durante o evento, a Comissão Organizadora promoveu palestras sobre  diferentes domínios, dentre os quais, a  prevenção do HIV/Sida, Turismo e  Saúde .

Juca Delgado acrescentou que em termos de infra-estruturas o governo  colocou alguns postes de iluminação pública em Bubaque, mas para o festival deste ano a Comissão Organizadora do festival acrescentou mais trinta postes na Avenida que liga o centro de Bubaque à Praia Escadinha.

ANG/LLA/JAM/SG

Recursos florestais


Países da Sub-Região debatem  mecanismos de controlo de exploração de madeiras 

Bissau,31 Mar 16(ANG) - Representantes dos governos de seis países da África Ocidental discutem em Bissau os mecanismos de controlo de exploração das "madeiras raras", nomeadamente o Pau de Sangue, utilizado para produzir carvão e exportação em toros.

Na qualidade de anfitrião do encontro de três dias, o ministro da Agricultura guineense, Aníbal Pereira, referiu quarta-feira ser "urgente" a adoção de medidas que possam parar o abate do Pau de Sangue nos países da África Ocidental.

Falando do caso concreto da Guiné-Bissau, Pereira assinalou que em apenas oito meses entre 2012 e 2014 foram abatidos cerca de 60 mil metros cúbicos de madeira no país, com maior incidência para o Pau Sangue.

Aníbal Pereira referiu que a situação se deveu ao "período conturbado marcado pela crise político-militar" que se vivia na Guiné-Bissau, instalado na sequência de um golpe que destituiu as autoridades eleitas, instalando um governo de transição.

O encontro de Bissau, cofinanciado pelos governos guineense e senegalês, junta peritos florestais da Guiné-Bissau, Senegal, Mali, Costa do Marfim, Benim e Togo.

Sempre apontando a situação da Guiné-Bissau, o ministro guineense frisou que a floresta do país "sofreu mais nos últimos dois anos" do que em 20 anos de exploração.

"Segundo dados de que dispomos, de 1992 a 2012 o consumo total de madeira, incluindo a exportação oficial e clandestina, foi estimada em cerca de 2,1 milhões de metros cúbicos, isto é, 105 mil metros cúbicos por ano, enquanto que entre 2012 a 2014 foram exploradas cerca de 60 mil metros cúbicos com incidência em Pau de  Sangue", assinalou.

De acordo com o último recenseamento do parque florestal guineense, realizado em 1985, o país dispunha de cerca de dois milhões de hectares de florestas e um potencial de degradação situado entre 30 a 40 mil hectares por ano, afirmou Aníbal Pereira.

Decorridos 31 anos, aquele responsável estima que a superfície florestal esteja reduzida a metade.
O ministro guineense defendeu ser "imprescindível" que o país faça "rapidamente" um novo recenseamento do parque florestal e agrícola.

ANG/Lusa

quarta-feira, 30 de março de 2016

Cuba


Fidel aponta falhas no discurso de Obama

 Bissau, 30 Mar 16 (ANG) - Num artigo publicado pela imprensa cubana na segunda-feira, o líder cubano Fidel Castro comentou as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a sua visita a Cuba.

No texto, intitulado “O irmão Obama”, Fidel reflecte sobre a história das relações entre os dois países nos últimos 60 anos e critica as “palavras melosas” do Presidente norte-americano no discurso proferido no Gran Teatro Alicia Alonso, em Havana.

Segundo Fidel, as declarações de Obama em prol de “esquecer o passado e olhar para o futuro” desconsideram o histórico de agressões dos EUA contra Cuba. “Depois de um bloqueio impiedoso que já dura há quase 60 anos, e os que morreram nos ataques mercenários a barcos e portos cubanos, um avião comercial repleto de passageiros que explodiu em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos actos de violência e de força?”, questiona o líder cubano.

Fidel diz ter esperado uma “conduta correcta” de Barack Obama em Cuba, já que a “origem humilde” e a “inteligência natural” do Presidente norte-americano “são evidentes”. Porém, diz o líder cubano, Obama falhou em não mencionar os povos nativos das Américas ao ressaltar a história compartilhada de Cuba e EUA quanto à escravidão dos povos africanos, tragédia formadora dos dois países.

Fidel também chama a atenção para o papel da Revolução Cubana na mitigação do racismo na ilha, assim como o auxílio às lutas de independência de países africanos como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau contra o “domínio colonial fascista de Portugal”.

“Que ninguém tenha a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória e aos direitos, e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura”, escreve Fidel sobre os termos da reaproximação entre Cuba e EUA, anunciada em Dezembro de 2014 pelos governos dos dois países após 53 anos de ruptura.ANG/JA