Espanha corre risco de terceiras eleições
Bissau, 04 Ago 16 (ANG) - O líder do Partido Popular
(PP) e chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, avisou terca-feira, em Madrid,
o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, de que se este continuar a recusar
deixar passar a sua investidura há eleições pela terceira vez.
“Com o seu 'não' de quarta-feira mantém-se o bloqueio
e isso leva-nos a terceiras eleições”, disse Mariano Rajoy depois de estar
reunido durante 55 minutos com Pedro Sánchez na sede do Congresso de Deputados
(Parlamento).
O líder do Partido Popular (direita), que está a
tentar obter apoios para formar Governo, afirmou que irá “continuar a tentar
convencer” Pedro Sánchez, e repetiu várias vezes que se isso não
acontecer haverá novamente eleições.
“Creio que seria um disparate haver terceiras eleições
e portanto peço que não haja bloqueio. É muito mais aquilo que nos une do que o
que nos divide”, disse Mariano Rajoy.
Na reunião entre os dois, Mariano Rajoy propôs a Pedro
Sánchez a formação de grupos de trabalho para avançar com assuntos que
considera serem “essenciais” para Espanha, como as reformas institucionais, a
política económica e a elaboração do orçamento de Estado para 2017, com o
objectivo de o país cumprir os compromissos europeus.
Por seu lado, o secretário-geral do Partido Socialista
espanhol recusou a proposta de criação de uma “grande coligação” feita pelo
líder do Partido Popular e que incluiria também o partido Ciudadanos
(centro-direita).
“O PSOE não vai estar em nenhuma grande coligação.
Somos a alternativa e não vamos apoiar quem queremos que mude”, disse Pedro
Sánchez depois do encontro com Rajoy.
O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE)
insistiu que cabe ao chefe do Governo de gestão encontrar uma solução com todos
os partidos de direita e que o PSOE será a oposição.
Mariano Rajoy vai também reunir-se hoje com Albert
Rivera, líder do Ciudadanos, o quarto partido mais votado nas eleições de 26 de
Junho.
Essas eleições realizaram-se seis meses depois das de
20 de Dezembro do ano passado e de os partidos políticos espanhóis não terem
conseguido chegar a um acordo sobre a formação do novo governo.
O líder do PP anunciou, na sexta-feira, após um
encontro com o Rei Felipe VI, que vai submeter-se no Parlamento a uma votação
de investidura e tentar formar governo.
O Partido Popular foi o mais votado nas eleições
legislativas antecipadas de 26 de Junho, elegendo 137 deputados num total de
350, mas precisa que o PSOE e o Ciudadanos se abstenham na votação de
investidura para poder formar um governo minoritário.
ANG/JA
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