Tropas de reacção rápida realiza treinos em Angola
Bissau, 23 Ago 16 (ANG) – Militares integradas na chamada Capacidade Africana de Reacção Imediata a Crises (CARIC) da União africana realizam desde segunda-feira exercícios em Caxito, em Angola.
Intervindo no acto de abertura dos exercícios que decorrem até sexta-feira, o Chefe de Estado-Maior General das Forcas armadas de Angola, o general do exercito, Geraldo Sachipengo Nunda, salientou que o conceito de intervenção da Capacidade Africana de Reacção Imediata a Crises (CARIC) no âmbito da União Africana traduz a vontade dos Estados membros em contribuir com meios técnicos, materiais e humanos na resolução dos graves problemas existentes em África.
Nunda lembrou que este conceito foi durante muitos anos utilizado como mecanismo regulador da competência específica das Nações Unidas em processos de mediação de conflitos internos no mundo.
O exercício tem como objectivo reforçar o estado de prontidão da CARIC, no âmbito da União Africana.
“A realização deste exercício em Angola, a exemplo de outros já realizados noutros países, confere aos Estados membros maior capacidade de manobra e melhor utilização dos recursos disponíveis no espaço visado pela União Africana a fim de garantir a paz, segurança e a estabilidade”, disse o chefe do Estado-Maior General das FAA, que no final do exercício espera dos países representados conclusões que permitam melhorar os aspectos tácftico-operacionais e estratégicos da CARIC.
Geraldo Sachipengo Nunda lamentou que a independência dos Estados membros não tenha significado o fim dos conflitos internos e salientou o surgimento de guerras internas com graves consequências, principalmente para as populações, no decorrer da história do continente.
“Transcorridos cerca de 53 anos da criação da OUA e 13 da sua transformação em União Africana, os Chefes de Estado decidiram que a solução dos problemas que o continente ainda enfrenta deve ser fundamentalmente dos próprios africanos, através da conjugação dos esforços e iniciativas, em primeiro lugar, do próprio continente”, realçou.
Concebida em 2013, como um mecanismo transitório de paz, até à operacionalização da Força Africana em Estado de Alerta, a CARIC integra atualmente Angola, África do Sul, Argélia, Benin, Burkina Faso, Egipto, Moçambique, Níger, Ruanda, Senegal, Sudão, Tanzânia, Chade e Uganda.
O representante da União Africana, major-general Francis Okello, afirmou que a Capacidade Africana de Reacção Imediata a Crises deve estar permanentemente preparada em acudir os vários conflitos que acontecem no continente para manter a paz.
Francis Okello esclareceu que a CARIC não pretende competir, mas juntar esforços com outras unidades militares da União Africana, para ajudar os países africanos a alcançar a estabilidade.
Além de agradecer às autoridades angolanas por albergar os exercícios, sublinhou que as forças africanas em prol da paz devem trabalhar em harmonia para responder de imediato aos conflitos.
Francis Okello disse ainda que desde a sua criação, a CARIC já deu passos significativos na solução de conflitos em alguns países em África. “Continuaremos a trabalhar no reforço da Força Africana em Estado de Alerta e a travar o avanço daqueles que atentam contra a paz”, reforçou.
ANG/JA
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