Líder da UPG afirma que a solução está nas mãos do Presidente da República
Bissau,24 Ago 16(ANG) – O Presidente do partido União Patriótica Guineense(UPG), afirmou hoje que a solução para a saída da crise política que assola o país, há mais de um ano, está nas mãos do Presidente da República.
Em entrevista à ANG, Fernando Vaz disse que o chefe de Estado guineense tem instrumentos constitucionais que permitem promover a saída da crise.
“Pensamos que o povo expressou-se de forma clara e inequívoca ao votar nas legislativas o PAIGC. Portanto, o grande problema é o transporte das querelas internas do PAIGC para a sociedade guineense”, afirmou o político.
Segundo ele, toda a sociedade guineense sofre neste momento com a crise despoletada no seio do PAIGC.
“A crise não é do país porque não é provocada por todos os actores políticos dentro do país . Só existe um único responsável que é o PAIGC”, vincou.
Fernando Vaz sublinhou que o país está numa situação inoperante e atravessa uma situação quase endémica há dois anos e meio resultante dos problemas internos do PAIGC.
“Portanto os dirigentes do PAIGC têm obrigação de procurar as soluções para tirar o povo e o país no seu todo nesta situação em que se encontra desde as últimas eleições de 2014”, aconselhou.
Perguntado sobre a situação do bloqueio na Assembeia Nacional Popular, o líder da UPG afirmou que esta instituição tem os seus ógãos que funcionam tendo em conta as maiorias.
Declarou que a Comissão Permanente da ANP decidiu não agendar a sessão que devia debater o programa do governo.
“Contudo, é uma prerrogativa que tem de rejeitar ou aceitar.Por isso é impensável que este órgão rejeite o programa do governo quando a lei impõe 60 dias para a sua discussão e aprovação”, explicou.
O Presidente da UPG disse que, o que se pressupõe é que agindo de boa fé a Comissão Permanente obrigatóriamente teria de agendar a discussão e votação do programa de governo dentro do prazo de 60 dias e que foi-lhe remetido dentro dos prazos legais.
Fernando Vaz frisou que, com a não aprovação do programa do governo, continuou-se com o executivo de gestão a funcionar como se fosse um governo constitucional.
“O programa do governo e o orçamento geral de Estado existem para que nós podemos fiscalizar os actos da governação, sem a qual não podem fazer nada”, informou.
Instado a falar sobre a eventual negociação entre o PAIGC e o PRS para a criação de um Governo de Unidade Nacional, o líder da UPG disse que o actul executivo de Baciro Djá é dos dois partidos, tendo questionado se aquilo vai resolver o problema.
“Se aquilo que existe é o sinónimo de crise e se as negociações em curso é para manter o mesmo figurino então não há saída na crise”, disse, acrescentando que a solução é para criar um governo de amplos consensos até a realização das próximas eleições.
ANG/ÂC/SG
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