Banco Mundial anuncia financiamentos
Bissau, 29 Ago 16 (ANG) - O Banco Mundial e o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária anunciaram investimentos na ordem de 24 mil milhões de dólares em África nos próximos três a cinco anos, para a reestruturação dos sistemas de saúde.
“Para ajudar os países a colocar em prática as suas reformas na área de saúde, o Banco Mundial e o Fundo comprometem-se a investir 24 mil milhões de dólares em África”, informaram os dois órgãos num comunicado conjunto.
Os dois organismos anunciaram os novos financiamentos na véspera da conferência-Japão-África, que terminou domingo em Nairobi, Quénia.
O Banco Mundial acredita que os governos africanos estão a dar sinais de grande sentido de responsabilidade e as suas políticas estão cada vez mais centradas na solução dos problemas sociais e económico, segundo o comunicado.
A conferência Japão-África, consideram os dois organismos, é uma plataforma de negociações e amostra de possibilidades de concretização de programas e captação de financiamentos aos sectores mais carenciados em várias partes do continente.
A directora do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, exortou os participantes da reunião a não esquecerem o aspecto humano do desenvolvimento da África.
Para o PNUD, a prioridade deve ser para os programas que procuram retirar de situação difícil milhares de pessoas que sofrem devido à falta de alimentos e os outros proventos.
O Banco Mundial e o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária apelaram a uma maior abertura dos governos africanos para facilitar o direccionamento das verbas, por forma a se evitar que os financiamentos fiquem pelo caminho, como aconteceu algumas vezes.
A situação de conflito político e militar também foi apontada como um dos grandes entraves à aplicação dos programas, principalmente em zonas como o Mali, o Níger e a Nigéria, onde os grupos terroristas criam grandes dificuldades e deslocam das suas casas e terras milhares de pessoas.
A região da bacia do Chade foi apontada como uma grande preocupação na acomodação dos programas.
O governo do Japão, promotor da conferência, prometeu aumentar o seu investimento para 30 mil milhões de dólares em África nos próximos três anos. O primeiro-ministro Shinzo Abe, admitiu boas oportunidades de negócios e acrescentou que as parcerias estão a dar frutos.
O encontro na capital do Quénia é o sexto da Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (Ticad), que se realiza em território africano, e não na capital japonesa, como aconteceu desde a primeira edição, em 1993.
“Espero que o montante chegue a 30 mil milhões de dólares”, declarou Shinzo Abe na abertura da Ticad, assinalando que se tratam de investimentos públicos e privados.
Pelo menos trinta Chefes de Estado participaram na Ticad, cujos principais eixos são a industrialização de África, a melhoria da saúde e a estabilização de um continente afectado por crises.
Também foram assinados 70 protocolos diversos e acordos comerciais entre o Japão e a África. “Trata-se de um investimento que tem confiança no futuro de África”, afirmou o primeiro-ministro japonês, após o encerramento.
Os 30 mil milhões de dólares prometidos pelo Japão incluem novos compromissos até 21 mil milhões, assim como 9 mil milhões procedentes de uma promessa de investimento feita há três anos, na quinta edição da Ticad, explicou à agência AFP o porta-voz do Governo japonês, Yasuhisa Kawamura.
“A maioria das nações que escapam da pobreza fazem-no graças à industrialização e a África ainda não chegou à altura do seu potencial”, afirmou o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, enquanto Shinzo Abe classificou a industrialização como “chave do desenvolvimento económico e político”.
A reunião, que terminou ontem, foi organizada conjuntamente pelas Nações Unidas, União Africana, Banco Mundial e Japão.
ANG/JA
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