Bissau, 08 Ago 16
(ANG) - As negociações de paz em Moçambique, suspensas desde o passado dia 27
de Julho, são hoje retomadas com a participação dos mediadores internacionais.
Bandeira de Moçambique |
A suspensão das
negociações foi justificada com questões logísticas.
As conversações entre
o Governo moçambicano e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), estão
focadas no primeiro ponto da agenda, sobre a exigência do principal partido de
oposição de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições
gerais de 2014.
Além da exigência da
Renamo em governar em seis províncias, a agenda de negociações integra a
cessação imediata dos confrontos, a despartidarização das Forças de Defesa e
Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação, e o desarmamento
do braço armado da Renamo e sua reintegração na vida civil.
A Renamo não
reconhece os resultados das eleições gerais de 2014 e exige governar nas
províncias de Sofala, Tete, Manica e Zambézia, centro de Moçambique, e também
em Niassa e Nampula, no norte.
A região centro de
Moçambique tem sido atingida por episódios de confrontos entre o braço armado
da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos
e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades
atribuem à Renamo ataques a unidades de saúde nas últimas semanas e emboscadas
nas principais estradas do centro do país, onde foram montadas escoltas
militares obrigatórias em três troços de duas vias.
O líder da Renamo,
Afonso Dhlakama, havia afastado a hipótese de membros do seu partido integrarem
o Governo moçambicano e insistiu que não vai abandonar a reivindicação de assumir
o poder nas províncias onde reclama vitória eleitoral.
Na entrevista ao
“Canal de Moçambique”, Dhlakama admitiu a autoria de ataques terroristas da
Renamo à vila sede de Mopeia, província
da Zambézia.
“Foi atacada uma esquadra em Maúa, no Niassa,
pois abrimos uma frente lá na semana passada”, disse.
Os mediadores
internacionais apontados pela Renamo são representantes indicados pela União
Europeia, Igreja Católica e África do Sul, enquanto o Governo nomeou o
ex-Presidente do Botsuana Quett Masire, pela Fundação Global Leadership (do
ex-secretário de Estado norte-americano para os Assuntos Africanos Chester
Crocker), a Fundação Faith, liderada pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony
Blair, e o antigo Presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete.
ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário