Jurista
guineense acusa poder político de interferência no sistema judicial
Bissau, 05 Out 17 (ANG) – O Jurista guineense, Juliano
Fernandes acusou esta quinta-feira o poder político de interferir no sistema judicial
querendo influenciar o percurso e as conclusões dos processos.
Fernandes falava na sexta
sessão do ciclo de conferência promovida pelo Instituto Nacional do Estudo e
Pesquisa (INEP) financiada pela UNIOGBIS, sob tema “ interferência do poder
político no sistema judicial guineense”.
Disse que a
inconstitucionalidade dos órgãos da soberania, desde o Presidente da República,
da Assembleia Nacional Popular e os demais, em relação aos diplomas legais,
código do processo penal, nomeadamente o do caso Gabúsinho, da empresa Alfredo
Miranda e do tribunal fiscal e outros que ocorreram no país contribuíram para impedir as acusações.
Dando, como exemplo a exoneração
de um juiz do tribunal fiscal, por ter tomado uma decisão que foi considerada “não
conforme” a realidade dos factos e dos interesses em jogo no referido processo.
Apontou como interferência mais acentuada do poder político
sobre judicial, a nomeação e exoneração do procurador-geral da República pelo
Chefe do Estado.
Juliano Fernandes defendeu
ainda que um Estado, para se manter e fortalecer, deve criar o seu aparelho com
funções repressivas e de conservação de uma ordem assentando num direito criado
para o servir, entre eles, as formas armadas e policiais por serem sectores
mais sensíveis e da segurança interna e externa do país.
Sustentou que na
Constituição da República da Guiné-Bissau, o poder judicial também é um órgão
da soberania, que exerce uma vasta influência no processo político,
desempenhando um papel importante na manutenção do sistema político e na
conservação da ordem jurídica existente.
Acrescentou que o conselho superior da magistratura do
ministério público é quem tem a competência de gestão do tribunal, no que toca
com a nomeação e exoneração dos juízes, exercendo assim o poder disciplinar
sobre os mesmos, com excepção do procurador-geral da República.
Juliano Fernandes sublinhou
que compete ao Chefe do Estado, o poder executivo e moderador, do ANP,
legislativo e representativo do povo e fiscalizador, ao governo, executivo e
administrador e aos tribunais, judicial e garantia da constitucionalidade.
Acrescentou que estes além de serem complementares são interdependentes.
ANG/JD/SG
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