Covid-19/Afreximbank dá 5 mil milhões
de dólares para vacinas – África CDC
Bissau, 15 Out 20 (ANG)
- O director do Centro de Prevenção e
Controlo de Doenças da União Africana (África CDC) disse hoje que o Afreximbank
vai disponibilizar 5 mil milhões de dólares para vacinas contra a covid-19 em
África.
“O Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD) e o Banco Africano de Exportações e Importações
(Afreximbank) estão extremamente envolvidos na ajuda financeira para a produção
e distribuição de vacinas, o BAD deu 27 milhões de dólares [23 milhões de
euros] para apoiar o África CDC e o Afreximbank reservou 5 mil milhões de
dólares [4,2 mil milhões de euros] para o CDC e a União Africana para apoiar o
acesso à vacina no continente”, anunciou hoje John Nkengasong.
Durante a conferência de
imprensa semanal do África CDC, o director salientou que a distribuição de
vacinas em África será “o maior esforço de imunização de sempre no continente”,
admitindo que “como não vai haver vacina para todos num momento inicial, há que
definir com os governos quem vai receber primeiro”.
O financiamento da
produção e as questões relativas à distribuição da vacina ocuparam boa parte da
conferência de imprensa, mas para John Nkengasong é preciso salientar que “a
vacina não é uma solução mágica” e o mais importante é manter as medidas de
protecção e combate à propagação da covid-19.
“Temos de ficar
vigilantes, manter o distanciamento social, lavar as mãos e usar sempre
máscara, porque isto vai ser o novo normal e ninguém está seguro até estarmos
todos seguros”, disse o responsável.
Já esta semana, o Banco
Mundial anunciou 12 mil milhões de dólares [10,2 mil milhões de euros] para o
financiamento da compra e distribuição da vacina nos países menos
desenvolvidos, a que se junta um anúncio feito em 06 de outubro de mil milhões
de dólares [850 milhões de euros] de países desenvolvidos, entre os quais estão
o Reino Unido, Suécia, Itália e Alemanha, lembrou o responsável.
Na conferência desta
manhã, que contou com a presença da directora regional da Organização Mundial
de Saúde para África, Matshidiso Moeti, foi assumido que é normal que haja um
aumento de casos de covid-19 decorrentes da reabertura das economias.
“Com a abertura das
economias, aumentamos o número de casos, isso é normal, o que temos de fazer é
aumentar as medidas de saúde públicas, aumentar os testes, usar máscara,
melhorar a higiene, lavar as mãos e envolver a comunidade num esforço que tem
de ser todos, sem sucumbir à fadiga, não podemos descansar porque as
consequências seriam desastrosas, basta olhar para a Europa”, disse Moeti.
A responsável rejeitou,
no entanto, uma ligação direta entre o significativo aumento de casos no
continente europeu e a propagação da doença em África, sublinhando que isso é
apenas a consequência da reabertura das economias.
“Ambos os continentes
estão a passar pela mesma experiência de abertura, há aumentos preocupantes
nalguns países europeus e o mesmo está a acontecer em África”, concluiu Moeti.
África registou nas
últimas 24 horas mais 254 mortes devido à covid-19, para um total de 39.122,
havendo 1.603.982 infectados, mais 11.433, segundo os últimos dados relativos à
pandemia no continente.
De acordo com o África
CDC, nas últimas 24 horas, o número de recuperados nos 55 Estados-membros da
organização foi de 7.072, para um total de 1.325.204 desde o início da
pandemia.
O primeiro caso de
covid-19 em África surgiu no Egipto, em 14 de Fevereiro, e a Nigéria foi o
primeiro país da África subsaariana a registar casos de infecção, em 28 de
Fevereiro.
A pandemia de covid-19
já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2
milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela
agência francesa AFP.
A doença é transmitida
por um novo coronavírus detetado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do
centro da China. ANG/Inforpress/Lusa
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