Covid-19/OMS opõe-se à imunidade de grupo
Bissau, 13 Out 20 (ANG) - A
Organização Mundial da Saúde desaconselha a estratégia de deixar circular novo
coronavírus para se atingir a chamada "imunidade de grupo",
considerando que coloca "problemas científicos e éticos".
Para a Organização Mundial da Saúde a livre circulação
do Covid-19 não é a melhor solução para se conseguir a imunidade de grupo.
“Jamais, na história da
saúde pública, a imunidade colectiva foi utilizada como estratégia para
responder a uma epidemia, muito menos a uma pandemia. É um problema ético e
cientifico”, declarou o director geral da OMS, numa
conferência de imprensa em Genebra.
Tedros Adhanom Ghebreyesus insistiu que deixar o vírus
que provoca a covid-19 sem controlo "significaria infecções
desnecessárias, sofrimento desnecessário e mortes desnecessárias".
A pandemia do novo coronovirus já fez mais de um
milhão de mortos no mundo, desde o início da doença na China, em Dezembro de
2019. Segundo a OMS, que cita diversos estudos epidemiológicos, a taxa de
mortalidade ronda os 0,6%.
“Verificamos um forte
aumento da taxa de mortalidade associada à idade, no geral ronda os 0,6%", anunciou Maria Van Kerkhove. A responsável pela gestão
do Covid-19 na OMS acrescentou ainda que “pode parecer pouco, mas é
muito mais elevado do que a gripe”.
O director-geral da OMS alertou para o facto de
estudos de prevalência mostram que na maioria dos países 10% da população já
foi infectada com o novo coronavírus.
Tedros Adhanom Ghebreyesus explicou igualmente que o
mundo não tem conhecimento suficiente sobre a imunidade das pessoas que
contraíram a Covid-19, sublinhado que várias pessoas voltaram a ser infectadas.
Por outro lado, combater a pandemia "não é uma
escolha entre deixar o vírus à solta ou fechar um país", referiu.
Proteger os mais vulneráveis, evitar concentrações que
amplifiquem os contágios são medidas de saúde pública que a OMS continua a defender.
Até ao momento nenhuma vacina contra a Covid-19 foi
aprovada, mas várias empresas farmacêuticas lançaram testes clínicos.
“Existem cerca de 40
vacinas candidatas actualmente em ensaios clínicos, sendo que 10 delas estão na
fase III, ou seja, fase final, o que nos permitirá conhecer a sua eficácia e
segurança", disse aos jornalistas
a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
A médica considera que algumas empresas farmacêuticas
podem ter "dados suficientes" para submeter aos
reguladores uma vacina "já em Dezembro". “Esperamos que uma série de testes comecem a
fornecer dados no início de 2021”.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e
setenta e sete mil mortos e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o
mundo. ANG/RFI
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