Justiça/Presidente da República quer ouvir activistas"torturados" na Presidência
Na sexta-feira, os dois ativistas estiveram numa conferência de imprensa onde fizeram a denúncia contra elementos das forças de segurança do Presidente, alegando que foram espancados e acusados de terem feito perfis falsos para atacar a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa.
Em conferência de imprensa, na presença da Liga Guineense dos Direitos Humanos, os ativistas Carlos Sambú e Queba Sani (Kelly), disseram que foram raptados no bairro da Ajuda, na capital guineense e levados para a Presidência da República.
“Seguimos justamente para o símbolo do poder do nosso país, o Palácio da República (…). Estava um grupo de cinco pessoas, supostamente do Batalhão da Presidência e esses todos, com galhos, com fios de eletricidade, mandaram-nos deitar no chão. Foram mais de 30 minutos de chicotadas, eu levei 56 chicotadas”, recordou Carlos Sambú.
“Fomos humilhados, filmados, tiraram-nos as roupas, mandaram-nos para o carro como se fôssemos porcos e depois fomos para o Ministério do Interior”, onde foram libertados, “sem nota de culpa e com uma desculpa do ministro do Interior”, disse o ativista, que é o coordenador da página do Facebook ‘Estamos a Trabalhar’, que apoia o atual governo no poder na Guiné-Bissau, e militante do Madem-G15.
O Ministério Público da Guiné-Bissau anunciou na quinta-feira a abertura de um inquérito que visa os responsáveis morais e materiais daquilo que classificou como um “ato ignóbil”.
Para o Presidente guineense, este caso está a ser alvo de “um aproveitamento político porque lamentavelmente os jovens são jovens do Madem”.
Mas eu “ainda sou um dos vice-presidentes do Madem”, recordou o governante, mostrando-se pessoalmente empenhado no caso.
“Eu é que dei a instrução ao procurador-geral da República e à Polícia Judiciária” para investigar o caso e, na próxima semana, “vou mesmo falar com eles, porque eu os considero como meus filhos”, disse o chefe de Estado, que estende esta preocupação sobre a violência a outros casos, que envolveram ataques a um deputado e a um dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau (PAIGC, na oposição).ANG/Lusa
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